Brasil

Dois moradores de rua morrem e mulher fica ferida em explosão em BH

João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 25/12/2012 20:21

Dois moradores de rua morreram e uma mulher ficou ferida em uma explosão na tarde desta terça-feira (25/12) na Rua Geraldo Teixeira da Costa esquina com Rua Itambé, no Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte. Um grupo de andarilhos estava deitado no estacionamento do prédio da Cemig, quando um deles manuseou um explosivo e provocou o acidente. As causas da detonação e a origem do artefato ainda serão investigadas.

De acordo com a moradora de rua Ana Carolina Romualdo, que testemunhou a explosão, uma das vítimas, identificada como Adilson Pinheiro dos Santos, 43 anos, chegou com o artefato nas mãos. ;Parecia um garrafão, ele chegou e mostrou para todo mundo;, relata. Logo em seguida, o homem sentou, colocou o artefato entre as pernas e acendeu, provocando a explosão. A PM ainda não confirma que o morador tenha acendido o material.

Adílson morreu na hora. Junto a ele estava a companheira, identificada apenas como Márcia, e outro morador de rua, Carlos Eduardo Gonçalves, que chegou a ser socorrido por uma viatura da Polícia Militar (PM), mas morreu ao dar entrada no Hospital João XXIII. Vigias do prédio ouviram o barulho da detonação e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que apenas constatou o óbito de Adilson. Márcia sofreu um ferimento na perna e recusou transporte para o hospital.


Segundo o tenente José Carlos Cecílio, do 1; Batalhão da PM, colegas de Adilson disseram que ele recebeu esse artefato de outra moradora de rua. O material já estava com ele há algum tempo. Militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foram ao local para investigar o que causou o explosão. Metade do quarteirão foi fechado e isolado para os trabalhos do esquadrão anti-bombas .

Artefato

De acordo com o sargento do Gate, Cláudio Silva do Gate, tudo indica que o morador de rua manuseava um tubo de metal, que pode ser uma granada caseira. O objeto tinha cerca de 30 centímetros de comprimento e a largura de uma lata de energético. Segundo o policial, esse tipo de artefato pode explodir com impactos ou com dispositivo de tração, similar a uma granada industrial. O impacto foi tão forte que partes do corpo das vítimas foram lançadas a cerca de 30 metros do local da explosão.

A companheira de Adílson, que ficou transtornada por causa do acidente, deu informações desconexas aos militares. Ela relatou que Adílson manuseava um pó branco, mas o Gate descartou que seja um material explosivo.

Conforme o sargento da Silva, as granadas caseiras são, geralmente, fabricadas com pólvora, pois é um material mais fácil de ser comprado. As pessoas retiram clandestinamente a pólvora de fogos de artifício para fazer bombas. No entanto, somente a perícia poderá indicar qual era o material que estava no tubo de metal manuseado por Adilson.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação