postado em 09/01/2013 12:50
Sem alcançar um acordo satisfatório com a empresa Norte Energia, índios jurunas continuam bloqueando a estrada que dá acesso a um dos três canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, megaempreendimento no Rio Xingu, próximo a Altamira (PA). O protesto entrou nesta quarta-feira (9/1) em seu terceiro dia. Representantes da Norte Energia e dos jurunas voltarão a se reunir esta tarde para negociar o fim do bloqueio. A primeira reunião ocorreu nessa terça-feira (8/1), mas, ao fim de três horas, terminou sem nenhum avanço.[SAIBAMAIS]Segundo a assessoria do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pela obra, apenas caminhões transportando combustível e alimentos para os trabalhadores alojados no próprio canteiro de obras e o pessoal de limpeza e segurança estão sendo autorizados pelos índios a entrar em Sítio Pimental, canteiro a cerca de 69 quilômetros de Altamira e onde trabalham aproximadamente 4 mil funcionários diretos e terceirizados.
Ainda de acordo com a assessoria, nenhum ato de violência física ou dano ao empreendimento foi registrado desde o início do bloqueio, na madrugada de segunda-feira (7/1). A assessoria diz não ser possível mensurar o tamanho do prejuízo causado pela paralisação, mas adianta que, ante os prazos de conclusão dos trabalhos, os três dias não causam um grande impacto. A previsão é que a usina comece a operar em 2015.
Embora tenha provocado a interrupção total dos serviços em Sítio Pimental, o bloqueio não afetou o acesso aos outros dois canteiros de obras: Canais e Diques, que fica na mesma estrada vicinal, a chamada Travessão 27, mas antes de Sítio Pimenta; e Sítio Belo Monte, a cerca de 30 quilômetros do local do bloqueio.
Procurada, a Norte Energia informou, em nota, que os índios se queixam de que as obras deixaram as águas do Rio Xingu turvas, impedindo-os de pescar. Ainda segundo a empresa, os índios exigiram, inicialmente, R$ 300 mil a título de compensação ambiental e mais a construção de poços artesianos nas aldeias para liberar a pista.
A Agência Brasil tentou entrar em contato com lideranças indígenas ou representantes de organizações sociais que atuam na região para confirmar as reivindicações dos jurunas, mas não conseguiu falar com nenhum deles por telefone.