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Santa Maria: Confira 7 pontos que investigadores ainda precisam esclarecer

Para evitar interferência nas investigações, Polícia Civil do Rio Grande do Sul detém temporariamente dois donos da boate e dois integrantes da banda que tocava na casa noturna no momento do incêndio. Justiça determina bloqueio de bens de empresários para garantir futuras indenizações

postado em 29/01/2013 07:46
Santa Maria (RS) e Brasília ; Cruzadas as informações dos mais de 20 depoimentos já colhidos e da perícia realizada ontem na boate Kiss, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu quatro suspeitos de contribuírem, de forma ativa ou passiva, para o incêndio que vitimou 231 pessoas. Estão atrás das grades os sócios da casa noturna palco da tragédia, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffman; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o produtor do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão. Os quatro foram detidos temporariamente, por cinco dias, para evitar ;interferência nas investigações;. A prisão foi motivada pelo suposto desaparecimento dos equipamentos que teriam registrado imagens do interior da boate no momento do tumulto. O delegado Marcelo Arigony, que trabalha no caso, disse que os depoimentos dos presos não acrescentaram ;nada; ao que a polícia já sabia.

SEM RESPOSTAS
Confira os sete pontos que os investigadores da tragédia em Santa Maria ainda precisam esclarecer


Origem do fogo
; Integrantes da banda informaram em depoimento à Polícia Civil que o incêndio teria começado devido a um curto-circuito nos fios que estavam no teto, e não pelo sinalizador usado no show. Eles alegam que já estavam tocando outra música quando o fogo surgiu. Entretanto, outras testemunhas, inclusive um dos sócios da boate, insistem no artefato conhecido por ;sputnik; como causador da tragédia.
[SAIBAMAIS]
Lotação da boate
; O número de pessoas que ocupavam a boate Kiss naquela noite, no momento da tragédia, ainda não está bem esclarecido.
É preciso verificar se a quantidade de gente ultrapassou a capacidade permitida da casa noturna. O desrespeito ao limite de público acaba gerando dificuldades de esvaziar locais em situação de incêndio, desabamento ou outros distúrbios.

Treinamento de funcionários

; Os primeiros relatos apontam que seguranças da boate, por desconhecer o que estava ocorrendo, seguraram por alguns minutos os clientes, pensando se tratar de um calote coletivo. É preciso verificar o quanto tal postura dificultou a saída dos jovens. Além disso, a polícia avaliará se havia funcionários treinados na casa noturna para lidar com incêndios.

Imagens internas
; Nos depoimentos colhidos, surgiu a hipótese de que havia um circuito interno de vídeo na boate, mas que teria sido retirado a mando dos donos depois da tragédia. A polícia não encontrou nenhum equipamento, tendo sido informada, em seguida, pelos sócios, que o aparelho estava em manutenção há cerca de três meses. As autoridades verificarão a veracidade da afirmação.

Saídas e sinais luminosos
; Tem que ficar esclarecido se a casa noturna, pelo seu porte e características, deveria ter uma saída alternativa. Existia apenas um local para entrada e saída. Pior: pelos relatos das testemunhas, não havia qualquer sinal luminoso conduzindo o público à saída.

Revestimento do teto
; A espuma que revestia o teto parece ser, pela velocidade com que o fogo se espalhou e a fumaça produzida, altamente inflamável. É necessário checar se o material poderia ser usado para revestimento de uma casa noturna com estrutura para apresentações musicais, que demandam rede elétrica potente.

Extintores defeituosos
; Relatos de integrantes da banda informam que nem o vocalista nem seguranças da boate conseguiram acionar um extintor de incêndio assim que o fogo teve início. Não se sabe sobre a validade e o estado de conservação dos extintores. O fato de o Plano de Prevenção e Controle de Incêndios da boate ter vencido em agosto passado pode ter encoberto problemas com os equipamentos de segurança. A casa estava aguardando o trâmite do processo de renovação do documento.

Para evitar interferência nas investigações, Polícia Civil do Rio Grande do Sul detém temporariamente dois donos da boate e dois integrantes da banda que tocava na casa noturna no momento do incêndio. Justiça determina bloqueio de bens de empresários para garantir futuras indenizações

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