Brasil

Corpo de jovem que estava hospitalizado começa a ser velado em Santa Maria

Ele estava internado no Hospital Pronto-Socorro, em Porto Alegre, para onde foi transferido após a tragédia

postado em 30/01/2013 11:25
O corpo do jovem de 21 anos, que morreu na noite dessa terça-feira (29/1) começou a ser velado na capela 5 do Hospital de Caridade, no Rio Grande do Sul. Gustavo Marques Gonçalves teve 70% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos. Ele estava internado no Hospital Pronto-Socorro, em Porto Alegre, para onde foi transferido após a tragédia. Segundo a funerária que atende à família do rapaz, o enterro será realizado em Santa Maria, no Cemitério Ecumênico Municipal, às 16h. Com a morte dele, sobre para 235 o número de mortos no incêndio da Boate Kiss, na cidade de Santa Maria.

[SAIBAMAIS] Na última segunda-feira (28/1), a mãe de Gustavo, Elaine Gonçalves, enterrou outro filho, Deives Gonçalves, também vítima do incêndio na casa noturna. Gustavo e Deives tinham muitos amigos em Santa Maria, que foram ao velório hoje para dar apoio à família. Gustavo tinha 25 anos e Deives, 33. Os dois deixaram um irmão e uma irmã. Segundo a cunhada deles, Simone Gonçalves, a família está recebendo apoio psicológico que deverá ser mantido nos próximos dias. "Veio uma moça [psicóloga] de Porto Alegre para nos acompanhar e vamos aceitar ajuda sim, principalmente para a Daniele [irmã], que está muito abalada", disse.

Vítimas seguem internadas

Subiu para 143 o número de pessoas internadas em Santa Maria e Porto Alegre, vítimas do incêndio na Boate Kiss, na madrugada do último domingo (26/1). São cerca de 20 pessoas a mais que procuraram os serviços de saúde porque estiveram na casa noturna no momento da tragédia e apresentaram sintomas como cansaço e falta de ar, típicos da pneumonia química que pode ocorrer até cinco dias depois do acidente. Essas pessoas estão internadas em observação e o quadro pode evoluir para a necessidade de respiração por aparelhos.

Os números foram divulgados pelo porta-voz da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Neio Pereira. Segundo ele, o número de pessoas em estado crítico, com risco de morte, permanece em 75. Eles estão dentro de um grupo de 82 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs), sendo que desses, 57 estão em Porto Alegre e 25 em Santa Maria.



Investigação

Assim que o país percebeu a dimensão e a gravidade do incêndio fatal na Boate Kiss, todos os envolvidos - direta ou indiretamente - tentaram se isentar da culpa. O governo do Rio Grande do Sul aponta o dedo para a prefeitura, que repassa para o Corpo de Bombeiros. O órgão de prevenção e combate a incêndios culpa os integrantes da banda que soltaram fogos de artifício e também os donos da boate, mas se isenta de responsabilidade. Os proprietários, por sua vez, responsabilizam as autoridades municipais que concederam o alvará e até as equipes de segurança, que barraram temporariamente a saída de clientes. Culpam ainda os músicos pelo show pirotécnico.

Por trás desse jogo de empurra está a intenção de escapar de processos criminais e cíveis por envolvimento na tragédia que, matou, até o momento, 235 pessoas. Além das ações penais, os responsáveis podem responder ações cíveis, que geram indenizações às famílias dos mortos e também aos sobreviventes. A polícia e, posteriormente, a Justiça terão que apontar a participação de cada um nessa cadeia de responsabilidades.

A tragédia

O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada do domingo (27/1), quando a banda Gurizada Fandangueira usou efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna. Sem conseguir sair do estabelecimento, 235 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.

Com informações da Agência Brasil

Dê seu depoimento

Em todo o Brasil a preocupação com a segurança dentro das casas noturnas aumentou depois da tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O Correio Braziliense resolveu fazer um levantamento de como está a segurança dentro das baladas do Distrito Federal. E você está convidado a nos ajudar nessa tarefa. Quais boates você frequenta no DF? Já parou para avaliar as condições de segurança delas? Mande para gente suas fotos e seus relatos para ajudar nesse mapeamento. O email é o baladascb@gmail.com.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação