Helena Mader
postado em 01/02/2013 06:05
Desde que o Brasil se curvou de tristeza por causa do incêndio na boate Kiss, uma cena comovente e perturbadora se repete: homens e mulheres inconsoláveis sobre os caixões de seus filhos, chorando a partida precoce de jovens cheios de planos e sonhos. Em um desastre que matou brasileiros de tão pouca idade, o drama mais evidente é o de pais e mães que tiveram suas famílias estraçalhadas pelas chamas. Mas a dor lancinante também pertence aos filhos dessa tragédia. O incêndio na Kiss fez pelo menos 17 órfãos. Entre os 235 mortos, alguns deixaram herdeiros recém-nascidos, incapazes de compreender a extensão da catástrofe. Outros partiram sem poder dizer adeus aos filhos adolescentes, que agora se revoltam diante da tragédia.Entre a sucessão de infortúnios, o pequeno Gabriel, de seis anos, perdeu o pai, a mãe e uma tia no incêndio. A auxiliar de dentista Patrícia Pazzini Bairro, 26 anos, e o marido, Vandelcork Marques Lara Junior, 30 anos, chegaram à casa noturna pouco antes de as chamas se espalharem. Eles foram encontrar Greicy Pazzini Bairro, 18 anos, irmã de Patrícia, que comemorava a recente aprovação no vestibular de engenharia de alimentos. Os três morreram na Rua dos Andradas.