postado em 07/02/2013 09:04
Florianópolis - O comandante-geral da Polícia Militar (PM) de Santa Catarina, coronel Nazareno Marcineiro, avalia que os ataques no estado mudaram de perfil desde segunda-feira (4/2). Segundo ele, os casos são característicos de vândalos e oportunistas.;[Isso ocorre] com ações, algumas delas já bem constatadas, de aproveitar para colocar fogo no seu carro que estava abandonado, aproveitar para colocar fogo em um caminhão e quem sabe o seguro possa cobrir. [São] crianças brincando de incendiar colchões e acabam por colocar fogo na casa;, disse à Agência Brasil.
Ele destacou, no entanto, que os ataques relacionados a ordens de facções criminosas permanecem. ;Algumas prisões estão sendo feitas com identificação de pessoas que estavam liderando esse processo criminoso, de maneira com que esses ataques estão sendo fortemente coibidos;. Ontem (6), em Joinville, seis pessoas suspeitas de participação nos atos violentos foram presas preventivamente. Com isso, 30 pessoas foram detidas desde o início das ocorrências, no dia 30 de janeiro.
[SAIBAMAIS]O comandante confirma que a ordem para essa nova série de ataques está partindo de membros de uma facção criminosa que atua dentro de presídios do estado. ;Alguns desses criminosos estão dentro dos presídios e outros estão nas ruas. Todos nós sabemos que as ordens saem das prisões por meio das saídas temporárias que os detentos fazem e por pessoas que, de uma forma ou de outra, fazem contato com o mundo penitenciário.;
Os locais escolhidos para os ataques, que são recorrentes na região do Vale do Itajaí, estão relacionados à proximidade com presídios, segundo ele. ;Na Sala de Situação da PM, para onde convergem as múltiplas informações, há uma linha de raciocínio comum que é a de relacionar o ato com os presídios;. Ele destacou Joinville como cidade onde estão sendo registrados mais ataques. ;Na vez passada, nos ataques de novembro, tivemos uma situação demarcada em Florianópolis. Nesta ocasião, Joinville tem sido o local com mais episódios, talvez porque seja a maior cidade do estado.;
Durante os ataques de novembro, surgiram denúncias de maus-tratos na Penitenciária São Pedro de Alcântara, localizada em Florianópolis. Na época, equipes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República estiveram no local vistoriar e apurar possíveis casos de tortura. Nesta nova série de atentados, o Presídio Regional de Joinville é alvo de inquérito que investiga abusos cometidos por agentes penitenciários durante uma operação pente-fino no dia 18 de janeiro.
Imagens do circuito interno do presídio, divulgadas pela imprensa no último dia 2, mostram que os agentes usaram balas de borracha e gás de pimenta contra os detentos, mesmo com eles em situação de controle.