Cristiane Silva/Estado de Minas
postado em 21/02/2013 11:46
Detentos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, inciaram uma rebelião na manhã desta quinta-feira. O motim começou no Pavilhão 1 com cerca de 102 presos, que mantêm reféns um agente penitenciário e uma professora. A educadora dá aulas para os albergados da unidade prisional e foi surpreendida pelo motim por volta de 9h, quando chegou para trabalhar.Um dos presos que comanda a rebelião, Daniel Cipriano, ligou para a Rádio Itatiaia e exigiu a presença da imprensa na penitenciária. Os detentos querem chamar atenção para problemas internos e exigem também a chegada do deputado estadual Durval Ângelo (PT) da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O parlamentar está viajando de Mutum, na Zona da Mata de Minas, para Belo Horizonte e informou que não foi avisado para comparecer ao presídio. Ele só vai até a unidade se for acionado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), com garantia de segurança. ;Eu ando com escolta policial 24 horas. Só vou lá com segurança para evitar incidentes. Se alguém for ferido eu posso ser responsabilizado;, afirma.
O líder do motim também pediu que compareçam ao presídio um procurador de Justiça e um juiz da Vara de Execuções Penais. Cipriano informou no telefonema que está preso há 10 anos. Muito nervoso, disse que só libertará os reféns, após cumprimento das exigências.
O comandante Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), tenente-coronel Marcelo Vladmir Corrêa, vai assumir as negociações com os rebelados. Ele se dirige para a Nelson hjungira para traçar estratégias operacionais.. Ainda não está definido se fará com contado pessoal com o líder do motim ou se conversá por telefone. Ele afirma que o contato de Cipriano com a rádio por dificultar nas negociações. Também estão na unidade equipes da Rotam e Ronda Ostensiva com Cães Adestrados (Rocca) e não há informação de fuga.
O complexo
A Penitenciária Nelson Hungria foi inaugurada em 1; de abril de 1988, tem 17 pavilhões e abriga cerca de 1900 presos. Entre os detentos mais conhecidos do complexo masculino de segurança máxima estão o goleiro Bruno Fernandes - preso no Pavilhão 4 - e seu amigo, Luiz Henrique Romão, o Macarrão - albergado no Pavilhão 5. Os dois são acusados de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio, sendo que Macarrão já foi condenado. O líder do Bando da Degola, Frederico Flores, também está preso na Nelson Hungria aguardando julgamento.
Segundo o cadastro do Ministério da Justiça, o presídio não possui bloqueador de sinal de celular. O em.com.br entrou em contato com a Seds e ainda aguarda informações sobre o motim.