Estado de Minas
postado em 22/02/2013 16:35
Os momentos de tensão na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, durante uma rebelião que durou 31 horas, terminaram no início da tarde desta sexta-feira (22/2). Os líderes dos detentos se reuniram com o comitê de crise formado por autoridades de segurança do estado e resolveram assinar uma ata de reivindicações. Para o acordo valer, os reféns tinham de ser soltos e o motim interrompido imediatamente. Às 16h, os detentos acataram as ordens da autoridade.
O primeiro refém a ser solto foi o agente penitenciário Renato Andre de Paula Siqueira, que deixou o Pavilhão 1 às 16h03. Em seguida, às 16h05, a professora Eliana da Silva, também foi libertada. Os dois foram levados para uma ambulância para receber atendimento médico devido ao estado psicológico de ambos e em seguida deixaram a penitenciária. Eles estavam em poder dos criminosos desde às 9h desta quinta-feira.
Todos os presos foram colocados no pátio do Pavilhão 1 sentados e agrupados. Policiais fazem uma vistoria no bloco para averiguar se algo foi destruído e a procura de possíveis armas.
[SAIBAMAIS]A reunião que pôs fim a rebelião durou aproximadamente 1h30. Os presos foram representados por Daniel Augusto Cypriano, de 29 anos, que conduziu desde o início as negociações através de um rádio comunicador, e outro detendo, identificado apenas como Caio. Os dois deixaram o Pavilhão 1, onde acontece a rebelião e foram para uma sala onde estavam autoridades de segurança dos Estado.
Depois do encontro, os presos voltaram para o Pavilhão 1 onde apresentaram as propostas que foram aceitas para os outros preso para decidirem o fim do motim. Entre as reivindicações, os os detentos pediam que a integridade física deles fosse preservada e que ninguém seja transferido.
Outro pedido era o afastamento do diretor da unidade Luiz Carlos Danúbio. Porém, a Seds adiantou que ele não deixará o cargo e a corregedoria vai apurar as denúncias.
Quaresma no presídio
Ércio Quaresma, que defende Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no caso Eliza Samúdio, chegou ao local às 7h15 após ser acionado pelo líder da rebelião, o detento Daniel Cypriano. O advogado disse ter recebido um telefonema do preso, que tem cinco condenações por roubo e uma por homicídio, no início da madrugada. Na ligação, Daniel teria dito também que além do agente penitenciário Renato Andre e a professora Eliana da Silva, cinco detentos também estão sendo observados ;com status de reféns;, por ajudarem a direção do presídio. Essa informação foi negada pela Seds.
Em frente à Nelson Hungria, Quaresma voltou a falar ao telefone com os presos. ;A primeira reivindicação é a retirada da direção do presídio. Sem isso, não vamos aliviar;, disse Daniel no viva voz. Quaresma disse que o detento também exige que ele participe das negociações, que não devem acontecer sem o advogado.