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Advogado de primo de Bruno abandona defesa; Jorge Rosa vai depor em júri

Eliézer Jônatas de Almeida Lima não é mais defensor de Jorge Luiz Rosa. O criminalista alega que não foi ´participado' da decisão de seu cliente em falar ao programa Fantástico. Jorge é testemunha chave sobre o desparecimento e morte de Eliza Samudio e será ouvido no júri do goleiro

postado em 25/02/2013 13:54
O advogado de Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno Fernandes, informou nesta segunda-feira que não trabalha mais para o cliente. Eliézer Jônatas de Almeida Lima está deixando a defesa de Jorge depois da entrevista concedida pelo cliente ao programa Fantástico, nesse domingo. O jovem, que é testemunha chave sobre o desparecimento e morte de Eliza Samudio, tentou livrar o ex-atleta do crime e culpar Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Jorge foi muito contraditório em toda a entrevista.

Eliézer Jônatas disse que não ;foi participado; da decisão de Jorge em aparecer na TV e dar entrevista. O primo de Bruno estava no Programa de Proteção à Testemunha até dezembro de 2012, mas pediu para sair. O advogado disse que ficou muito chateado com a decisão do cliente em perder a proteção oficial, porém, acatou a escolha.

Agora o criminalista afirma que Jorge não precisa mais dele. Jorge não tem mais dívidas com a Justiça, conforme informou o advogado. Como era menor na época do crime, cumpriu medida socioeducativa de 2 anos e 8 meses e está livre. De acordo com Eliézer Jônatas, se Jorge é homem suficiente para dar uma entrevista como a de ontem, ele pode agora caminhar sem a ajudar do advogado.

Aproximação do júri

O goleiro Bruno será julgado no dia 4 de março. Macarrão já foi condenado no ano passado. A Defesa e acusação pediram que Jorge, dispensado do banco de testemunhas no julgamento de Macarrão, em novembro, fosse convocado para depor no tribunal de júri de Bruno. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou hoje que ele está arrolado como testemunha, tanto dos advogados como do Ministério Público de Minas Gerais. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro acredita que, diante dos jurados, Jorge poderá, enfim, contar toda a verdade sobre a morte da ex-amante de Bruno.

Entrevista

Jorge quebrou o silêncio e apontou Macarrão como mandante do crime, mas não conseguiu livrar o ex-capitão do Flamengo da suspeita de ter articulado o assassinato de Eliza. Nervoso e reticente, ele respondeu às perguntas procurando incriminar Macarrão, chegando a dizer que o braço direito de Bruno queria matar a dentista Ingrid Calheiros, na época uma das namoradas e hoje mulher do goleiro.

[SAIBAMAIS];Ele falou que tinha que matar a Ingrid porque ela não fazia bem para o Bruno. Eu precisava de dinheiro e pensei em fazer isso, mas depois desisti;, disse Jorge. Pelo serviço, Macarrão pagaria R$ 15 mil a Jorge. O rapaz contou detalhes do sequestro de Eliza, que foi retirada de um hotel no Rio num carro com Macarrão e com ele. Jorge revelou que os dois deram socos no rosto da mulher durante uma discussão.

Quanto aos dias que antecederam a morte da ex-amante do atleta, período em que ela ficou no sítio de Bruno, em Esmeraldas, Jorge, na primeira parte da entrevista, apontou Macarrão como o articulador e mandante do assassinato, dizendo que Bruno foi pego de surpresa e não sabia de nada.



Essa versão foi mantida quando Jorge narrou detalhes da noite em que Eliza foi morta,o que ocorreu em 10 de junho de 2010. Ele disse que a mulher foi colocada em um carro junto com o filho Bruninho, Macarrão e ele, com a desculpa de que seria levada para um hotel e receberia R$30 mil. Guiados por um motociclista, que Jorge não identificou, mas que a polícia suspeita ser o ex-policial José Lauriano de Assis, o Zezé, Macarrão levou o carro até uma casa, onde Eliza entrou com o filho e foi assassinada.

Neste ponto, a versão do menor contradiz totalmente o que Macarrão declarou em seu julgamento,em novembro. Na ocasião,o amigo e confidente de Bruno afirmou ter levado até um homem, na Região da Pampulha. Esse desconhecido desceu de um carro preto e fez Eliza embarcar no veículo. Depois disso, a mãe de Bruninho não foi mais vista. Jorge também alterou o que ele mesmo disse à Justiça,em 2010,quando revelou os primeiros detalhes do caso.

Na entrevista de ontem, ele negou ter visto um homem estrangular Eliza. Na nova versão, Jorge disse que Macarrão entrou com Eliza e Bruninho numa casa e depois de 30 ou 40 minutos, só Macarrão saiu. Já no carro, Macarrão lhe contou que Eliza havia sido estrangulada pelo desconhecido e que, depois de morta, teria sido chutada pelo próprio Macarrão. Quanto a Bruninho, Jorge afirmou que a criança só não foi assassinada porque o executor de Eliza se recusou a praticar o crime.

Medo

Jorge negou conhecer o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos,o Bola, que ele mesmo apontou como o assassino de Eliza. ;Bola, que Bola?;, chegou a perguntar à repórter, demonstrando todo o medo que sente do ex-policial. Também procurou defender Bruno, dizendo que o goleiro não sabia de nada e teria ficado desesperado quando Macarrão lhe contou como havia se livra do de Eliza. Depois, quando a entrevista já havia sido encerrada, Jorge voltou atrás e pediu para responder de novo a algumas perguntas. E em suas respostas não foi tão enfático na defesa que fez do primo. Ele afirmou que o primo não mandou matar, mas sabia que isso aconteceria. ;Não tinha como não desconfiar. Estava debaixo do nariz dele. Como Macarrão do jeito que gostava tanto dele, fazia qualquer coisa por ele, não desconfiar daquilo ali?Não mandou matar, mas...;

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