postado em 05/03/2013 16:46
Terminada a leitura do depoimento de Renata Garcia, foi lido no plenário o parecer médico-legal emitido pelo médico legista João Batista Rodrigues Júnior, que chefiava o Instituto Médico-Legal à época das investigações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio. A polícia quis saber do especialista se o relato de Jorge Luiz Rosa sobre o modo como a jovem foi morta era coerente. O parecer garante que há base científica na descrição do adolescente.O médico analisou a transcrição do depoimento do menor, que descreveu em detalhes como Eliza foi estrangulada. Ele chamava o executor pelo apelido de Neném (segundo a polícia, este é outro apelido do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola). Disse que este homem passou o braço direito debaixo do queixo da vítima e começou a pressionar o pescoço. Em seguida, pediu a Macarrão que amarrasse as mãos dela, que além de obedecer ainda deu um chuto na jovem.
Já caída no chão, com Neném ainda apertando o pescoço dela, Jorge disse que viu espuma branca saindo da boca de Eliza, que em seguida começou a se contorcer. Ele destacou ainda que viu grande volume de sangue se acumular dos olhos da vítima agonizante e, segundos depois, percebeu que ela estava morta.
O médico atestou que todo o relato era coerente. No documento ele fez várias citações de estudos técnicos para comprovar a tese. O fato das mãos de Eliza terem sido amarradas, por exemplo, seria para impedir que ela ferisse o agressor ou ela mesma em ato de impulso por estar sendo enforcada. A espuma e os espasmos são compatíveis a uma convulsão, comum em caso de esganadura.
Em seguida, foi lido o laudo pericial da análise dos dez cães apreendidos na casa de Bola. Jorge relatou ter visto o ex-policial atirar uma das mãos de Eliza aos cachorros, que a devoraram. Nenhuma evidência da presença de sangue humano foi encontrado nos animais.