postado em 08/03/2013 20:04
São Paulo ; Uma manifestação organizada por entidades feministas e movimentos sociais fez nesta sexta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, um apelo pelo fim das várias formas de violência contra a mulher. No começo da tarde, os manifestantes se concentraram na Praça da Sé de onde saíram em passeata pelas ruas do centro da capital paulista.;Hoje, o nosso foco é a questão da violência contra as mulheres. São vários tipos de violência, seja a doméstica, seja a referente aos serviços públicos, em que a mulher, muitas vezes, acaba sendo desrespeitada até mesmo em uma unidade básica de saúde. Isso é uma violência psicológica para nós mulheres;, disse Maura Augusta Soares de Oliveira, representante da União Brasileira de Mulheres. Ela defendeu também o atendimento aos direitos da mulher. ;Pedimos respeito pelas mulheres e, acima de tudo, que as pessoas comecem a entender que os nossos direitos precisam ser respeitados;, disse.
Tica Moreno, da coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres, acredita que o fim desse tipo de violação contra as mulheres passa por uma conscientização pela igualdade dos sexos. ;A gente está aqui denunciando a violência, mas não estamos só reivindicando a punição aos agressores. A gente está denunciando as relações de poder entre homens e mulheres, que tornam a violência contra a mulher uma atividade tão corriqueira;, disse. ;Sabemos que as políticas públicas são importantes, mas achamos que a transformação na vida das mulheres depende de transformações mais profundas nas relação entre homens e mulheres;, completou.
Tica entende que até mesmo a maneira como a publicidade brasileira retrata a mulher pode ser vista como uma forma de violação. ;São várias as formas de violência que mantêm as mulheres em uma situação de desigualdade na sociedade hoje. Cada vez que uma mulher é considerada uma mercadoria, seja por uma propaganda de cerveja, seja em uma relação de opressão com um homem, isso é uma violência para todas nós;, disse.
Márcia Balades, representante da Liga Brasileira de Lésbicas, destacou o fato de as mulheres homossexuais serem duplamente discriminadas. ;A gente está aqui para combater a violência lesbofóbica. As mulheres lésbicas são muito invisíveis na sociedade e sofrem muita violência por ser mulher e também por ser lésbica;, declarou.
Ela lembrou dos obstáculos enfrentados pela população lésbica nos ambientes de trabalho e escolar. ;As lésbicas sofrem violência no trabalho, na escola. A evasão escolar entre a população LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] é maior em relação à que não é. Não tem uma educação voltada para que as pessoas não sejam racistas, lesbofóbicas; , disse.
Márcia defendeu a aprovação do Projeto de Lei (PL) 122/ 2006, que criminaliza a homofobia no país. ;A gente precisa convencer a sociedade de que nós somos iguais a todo mundo, precisamos aprovar o PL 122. Ele não vai acabar com a violência de uma hora para a outra, mas pelo menos vai coibir essa violência física e verbal;.