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Delegado é o primeiro a depor no segundo dia de julgamento de Mizael Bispo

Antônio de Olim foi a primeira testemunha de acusação a relatar fatos apurados nas investigações do assassinato da advogada Mércia Nakashima

postado em 12/03/2013 09:56

Policial aposentado Mizael Bispo de Souza, indiciado pelo assassinato da advogada Mércia Nakashima, encontrada morta em uma represa na cidade de Nazaré Paulista
A primeira testemunha de acusação a depor no julgamento do ex-policial Mizael Bispo de Souza na manhã desta terça-feira (12/3) foi o delegado Antônio de Olim, responsável por investigar o assassinato da advogada Mércia Nakashima em 2010, em São Paulo. Previsto para começar às 9h, o depoimento teve início oficial por volta de 9h30. Autorizado a ficar no plenário, o acusado Mizael ouviu o relato de Olim de cabeça baixa e com os olhos fechados em alguns momentos.

Segundo o testemunho do delegado, o réu esteve próximo à casa do pai e da avó de Mércia no dia do crime, baseado em análises do resgistro de celular que o acusado usava. Ainda segundo Olim, foi encontrado um 6; aparelho telefônico usado por Mizael. "Esse telefone, com certeza, o Mizael estava usando, mas estava em nome de outra pessoa. Era um telefone frio usado só para falar com Evandro (Bezerra da Silva) porque ele (Mizael) já estava planejando matar a Mércia", afirmou.

Olim descreveu todo o percurso feito pelo réu um seu carro de acordo com o rastreador instalado no veículo. Ainda no depoimento, a relação entre Mizael e Evandro Bezerra da Silva, acusado de co-autor do crime, foi esclarecida. "Evandro era vigia em um posto de gasolina e trabalhava para Mizael. Depois que a Mércia sumiu, ele sumiu de lá", detalhou. "Evandro confirmou, inclusive, os encontros no local de trabalho dele e confessou que esteve com Mizael várias vezes no dia do crime".

O depoimento de Olim é o primeiro que Mizael acompanha desde o início do julgamento. As outras testemunhas pediram para que ele deixasse o plenário.

Primeiro dia
No início do julgamento, nesta segunda-feira (11), o primeiro a depor foi o irmão de Mércia, Márcio Nakashima. Ele falou sobre a relação da jovem e o ex-policial e disse que após dois anos de namoro, Mizael tornou-se uma pessoa agressiva e possessiva. Ele chegou a discutir com os advogados de defesa do réu após a pergunta sobre um colchonete encontrado no carro da vítima.

O segundo a falar foi o especialista em biologia Carlos Eduardo Bicudo. Em seu depoimento, Bicudo falou sobre a alga encontrada na sola do sapato do ex-policial militar durante a investigação. "Esse tipo de alga foi encontrado na represa de Nazaré, onde o corpo de Mércia foi encontrado, e o sapato analisado foi submerso na água da represa". Segundo o biólogo, "não há outra hipótese para essa alga estar na sola do sapato do acusado.

[SAIBAMAIS]Por último, encerrando a sessão do primeiro dia no Fórum Criminal de Guarulhos, por volta de 20h30, discursou o engenheiro Eduardo Amato Tolezani, responsável por analisar ligações telefônicas entre Mércia e o réu.

Entenda o caso
Mércia Nakashima foi vista pela última vez no dia 23 de maio de 2010, após sair da casa da avó, em Guarulhos. Após 18 dias, em 10 de junho, o carro da advogada - um Honda Fit - foi encontrado no fundo de uma represa em Nazaré Paulista, cidade vizinha a Guarulhos.

Na manhã seguinte (11), o corpo de Mércia foi encontrado boiando na mesma represa em que o veículo estava. De acordo com exames do Instituto Médico Legal (IML), a certidão de óbito apontou morte por afogamento em 23 de maio. Ela tinha marcas de balas no rosto e nas mãos e sofreu um desmaio antes de morrer.

Um pescador afirmou que testemunhou em 23 de maio um carro ser abandonado na água. Ele disse que ouviu gritos - não especificados se foram de homem ou mulher - antes de o veículo submergir. A testemunha também informou que viu um homem alto, mas não conseguiu identificar o rosto.

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