postado em 13/03/2013 08:46
Entra no terceiro dia o julgamento do ex-policial Mizael Bispo de Souza, acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima em 23 de maio de 2010. Previsto para começar às 9h desta quarta-feira (13/3), o dia deve ser usado para que as testemunhas de defesa sejam ouvidas no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Nos dois primeiros dias, sete testemunhas já deram seus depoimentos.Por volta de 8h30, o réu chegou ao Fórum. O pai da vítima, Makoto Nakashima, chegou cerca de 20 minutos depois do acusado e disse à imprensa que está sendo difícil acompanhar os depoimentos. Minutos depois chegou Janete Nakashima, mãe de Mércia. O irmão de Mizael, Adão Bispo, também compareceu no local do julgamento. O perito Renato Pattoli deve ser a primeira testemunha ser ouvida nesta quarta.
Primeiros dias
No segundo dia de julgamento foram ouvidos o delegado Antônio de Olim, responsável pelas apurações do assassinato e pelo indiciamento de Mizael e Evandro, co-autor do crime. Segundo o relato do policial, que durou quase seis horas, não há dúvidas de que a dupla é culpada pelo crime. Ele explicou que a investigação foi baseada nos registros telefônicos e na localização das chamadas feitas dos celulares de Mércia.
O advogado Arles Gonçalves Júnior, indicado pela Ordem dos Advogados (OAB) para representar o vigia Evandro, foi o segundo a fazer relatos. Ele negou que o cliente tenha sofrido tortura física ou psicológica. O representante disse que, em depoimento à polícia, o vigia confirmou que no dia do crime foi buscar Mizael em Nazaré Paulista, onde o corpo de Mércia foi encontrado.
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Depois, começaram a depor as testemunhas convocadas pela defesa. A corretora Rita Maria de Souza, que trabalha no mesmo prédio do escritório de Mizael, disse que o relacionamento dele com Mércia era bom e que o réu cedeu clientes para a ex-namorada. Em meio ao depoimento de Rita, houve uma queda de energia no plenário, que ficou às escuras por 40 minutos. Uma jurada chegou a passar mal devido ao calor, mas foi atendida e retornou ao plenário.
Quando a luz voltou, foi ouvida a segunda testemunha de defesa, Alexandre Simoni Silva. Ele trabalhou nas investigações do crime, com a identificação dos telefones que poderiam auxiliar na localização da advogada morta. Ele informou que, entre 1; de maio e 7 de junho de 2010, Mizael ligou 41 vezes para Mércia. Ela, por sua vez, fez 127 ligações para Mizael. Nesta quarta serão ouvidas mais testemunhas de defesa. O juiz Leandro Cano informou que o julgamento deve terminar até a noite de sexta-feira.
O corpo de jurados tem cinco mulheres e dois homens. Mizael é defendido por três advogados: Samir Haddad Júnior, Wagner Aparecido Garcia e Ivon Ribeiro.
Entenda o caso
Mércia Nakashima foi vista pela última vez no dia 23 de maio de 2010, após sair da casa da avó, em Guarulhos. Após 18 dias, em 10 de junho, o carro da advogada - um Honda Fit - foi encontrado no fundo de uma represa em Nazaré Paulista, cidade vizinha a Guarulhos.
Na manhã seguinte (11), o corpo de Mércia foi encontrado boiando na mesma represa em que o veículo estava. De acordo com exames do Instituto Médico Legal (IML), a certidão de óbito apontou morte por afogamento em 23 de maio. Ela tinha marcas de balas no rosto e nas mãos e sofreu um desmaio antes de morrer.
Um pescador afirmou que testemunhou em 23 de maio um carro ser abandonado na água. Ele disse que ouviu gritos - não especificados se foram de homem ou mulher - antes de o veículo submergir. A testemunha também informou que viu um homem alto, mas não conseguiu identificar o rosto.