Brasil

Anvisa quer mais rigor na venda de remédios e pretende exigir receitas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária pretende tornar mais rigoroso o controle sobre a comercialização de medicamentos e ampliar a exigência de receita. Atualmente, a prescrição do médico nem sempre é cobrada

postado em 30/03/2013 10:01
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) montou um grupo de trabalho para propor medidas que ampliem o controle sobre a venda dos chamados remédios de tarja vermelha, que exigem a apresentação da receita médica na hora da compra. Alguns medicamentos que atualmente têm a venda liberada, como anti-inflamatórios e anticoncepcionais, devem passar a exibir a tarja vermelha na embalagem. Mesmo assim, a restrição nem sempre é respeitada nas farmácias e drogarias. Quando não há exigência de retenção da receita, como ocorre com os antibióticos há cerca de três anos, dificilmente os vendedores pedem a prescrição médica.

O objetivo da agência reguladora é frear o consumo indiscriminado de remédios, que aumenta o risco de intoxicações. Especialistas são a favor de medidas mais rigorosas para o mercado de determinadas drogas, mas a discussão é complexa. Ampliar a lista para obrigar cada vez mais pacientes a mostrar a receita nas farmácias, por exemplo, pode representar uma demanda por consultas médicas que o sistema público de saúde não estaria preparado para atender.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária pretende tornar mais rigoroso o controle sobre a comercialização de medicamentos e ampliar a exigência de receita. Atualmente, a prescrição do médico nem sempre é cobrada

Pílula só com receita

Entre os medicamentos que podem ter a venda controlada, com exig~encia da apresentação da receita médica, está a pílula anticoncepcional. O debate se acirrou, no fim de janeiro, depois que o órgão que regula o mercado de medicamentos e alimentos na França suspendeu a venda da pílula Diane 35 e seus genéricos. A droga teria sido responsável pela morte, nos últimos 25 anos, de quatro pessoas por trombose.

A bacharel em direito Marina Moreira Terra de Souza, de 27 anos, tomou a pílula anticoncepcional pela primeira vez aos 16 anos, para tratar uma disfunção conhecida como ovário policístico. ;Com um mês usando a pílula, comecei a sentir muita dor e minha perna inchou de uma hora para outra. Estava com trombose. O tratamento demorou bastante e eu nunca mais tomei o anticoncepcional.;

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária pretende tornar mais rigoroso o controle sobre a comercialização de medicamentos e ampliar a exigência de receita. Atualmente, a prescrição do médico nem sempre é cobrada

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