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Agente penitenciária é acusada de matar marido e simular suicídio em MG

O assassinato teria sido motivado pelas constantes brigas do casal. O marido também era agente e foi assassinado no 3 de setembro de 2012 a facada, em Montes Claros

Luiz Ribeiro/Estado de Minas - Enviado especial
postado em 03/04/2013 10:01
O agente de segurança particular Sérgio dos Reis Silvestre Pereira, de 35 anos, morreu no dia 3 de setembro de 2012 com uma facada no pescoço. A mulher de Sérgio, a agente penitenciária Rúbia Cristine Varjão, de 33, alegou que, depois de tentar agredi-la, sem sucesso, o marido se matou. Ainda na ocasião, a mulher esteve internada e apresentou um atestado psiquiátrico, alegando que ficou "muito abalada psicologicamente" com o fato.Por isso, não compareceu ao velório. Sete meses depois, na manhã de ontem, Rúbia foi presa no Presídio Alvorada, onde trabalhava, em Montes Claros (Norte de Minas), depois que, através das investigações, a policia chegou à conclusão que ela assassinou o marido. O assassinato teria sido motivado pelas constantes brigas do casal.

A agente penitenciária já foi indiciada em inquérito e teve prisão preventiva decretada pela Justiça. Rúbia foi levada para um presídio feminino, em Belo Horizonte, onde ficará presa preventivamente até o julgamento. ;Ela não poderia ficar presa em um local onde trabalhava. Por razões de segurança, foi decidida pela sua transferência para uma unidade penitenciária;, explicou o delegado Bruno Resende, responsável pelas investigações.

Além de trabalhar como segurança particular, Sérgio fazia ;bicos; como garçom. Havia nove anos que ele era casado com Rúbia, com quem tinha duas filhas. Em 2009, a polícia há tinha instaurado inquérito, em que o agente de segurança acusou a mulher de tentar matá-lo com uma facada no pesco. Mas, a agente penitenciária negou a tentativa de homicídio.

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No dia 9 de setembro de 2012, quando agente de segurança morreu, o casal estava sozinho em casa. A própria Rúbia chamou a polícia e alegou que o marido tentou agredi-la a facadas e que ela se defendeu. Relatou ainda que, na sequência, decidiu suicidar, desferindo três facadas no abdômen e uma facada no pescoço, que provocou a morte. Ainda na ocasião, a mulher apresentou ferimentos no braço esquerdo e na perna direita, alegando que as lesões resultaram de luta corporal que teve com Sérgio Reis.

De acordo com o delegado Bruno Resende, a necrópsia mostrou que, ao contrário do que alegou a agente penitenciaria, a facada no pescoço de Sérgio ; que provocou a sua morte ; foi desferida por uma outra pessoa. ;Ficou comprovado na necropsia que a lâmina da faca foi passada no pescoço da vítima por várias vezes. Isso só pode ter sido feito por uma outra pessoa. Se o golpe tivesse sido aplicado pela própria vítima ; numa situação de suicídio, imediatamente, a pessoa teria perdido os sentidos e não conseguiria mais movimentar a faca;, explicou o delegado.

Ainda segundo Resende, durante as investigações, foi comprovado que a agente penitenciária, por ocasião da morte do marido, provocou ferimentos no próprio corpo (mão esquerda e perna direita) para simular uma luta corporal. Rubia Cristine sempre sustentou que o marido se matou. Mas, diante do laudo da necropsia e das conclusões das investigações, ela foi indiciada por homicídio qualificado e se, condenada, poderá cumprir pena de até 30 anos de cadeia.

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