postado em 10/04/2013 18:48
Rio de Janeiro ; O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou três servidores públicos federais pelo desvio de mais de R$ 580 mil em material do Hospital Federal de Andaraí, na zona norte da capital fluminense. Os denunciados Romualdo José Fagundes Miranda, José Tiago dos Santos e Adriana Cruz da Silva responderão pelo crime de peculato (desvio e roubo de dinheiro público), com pena prevista de dois a 12 anos de reclusão e multa.De acordo com inquérito instaurado pela Polícia Federal, o setor de Gerência de Suprimento e Logística do hospital, que fazia a liberação dos insumos, foi dirigido por Adriana e em seguida por Romualdo José. Segundo o MPF, ele confirmou o envio dos materiais para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, conhecido como Hospital da Posse, durante ae epidemia de dengue, em março de 2007. Segundo o procurador José Guilherme Ferraz, responsável pela denúncia, os insumos valiam mais de R$ 190 mil e nunca chegaram ao seu destino.
;Essa é uma dentre várias irregularidades detectadas recentemente em diversas investigações sobre fraudes na gestão de hospitais federais no Rio de Janeiro, sendo que o MPF está empenhado atualmente no acompanhamento de todos esses casos para que os envolvidos respondam pelos desvios detectados perante a Justiça Federal;, disse Ferraz.
As investigações demonstram que durante a gestão dos acusados, entre os anos de 2007 e 2008, a unidade hospitalar emitiu 31 notas de fornecimento de materiais para o Hospital da Posse, equivalente a mais de R$ 466 mil. O MPF informou que somente 12 remessas foram recebidas, totalizando R$ 73 mil, apontando o desaparecimento de R$ 393 mil em materiais. Na maior parte das notas consta o nome de José Tiago como o responsável pela liberação indevida. O servidor alegou que estava cumprindo ordens de seus superiores.
Segundo o MPF, os servidores públicos têm pleno conhecimento de que os insumos hospitalares de grande valor e pertencentes ao patrimônio público não podem ser transferidos sem a correta documentação das solicitações, autorizações e entregas.
No final de janeiro, médicos e representantes do Conselho Regional de Medicina e da Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio fizeram uma manifestação em frente ao hospital, para reivindicar a contratação de novos anestesistas e a aquisição de material hospitalar. Segundo a categoria, devido a essas deficiências a unidade poderá deixar de fazer 3 mil cirurgias até o final do ano.