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Skinhead se passa por louco para não comparecer à Justiça em Belo Horizonte

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A assessoria de imprensa do Fórum Lafayette informou que uma nova audiência será marcada para Antônio Donato. Ele foi visto pela última vez no sábado, quando deixava o prédio onde mora, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul da capital. No dia anterior, ele postou no Facebook a fotografia dele com um homem identificado como morador de rua. O caso ganhou repercussão. Na madrugada de domingo, a fachada do prédio onde ele mora com a mãe foi pichada com frases em que é chamado de nazista.

Chutes e socos

Em 15 de abril de 2011, o acusado e outros três rapazes foram presos por espancar com socos e chutes o adolescente A. A. M. C., na época com 16 anos. Na primeira audiência, Antônio Donato não foi localizado e os três demais envolvidos aceitaram uma transação penal, proposta pelo Juizado Especial Criminal. Eles cumpriram três meses de prestação de serviços gratuitos à comunidade, por injúria, ameaça e lesão corporal. Na segunda audiência, Antônio Donato chegou a ser intimado, mas não compareceu. A advogada dele não foi localizada pelo Estado de Minas. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG), ela tem registro, mas não deixou nenhum contato em seu cadastro.

Em 7 de setembro de 2011, Antônio Donato e um adolescente de 17 anos espancaram com chutes e soco inglês um casal gay, que trocava carícias na Praça da Liberdade. Os dois foram presos. A vítima G. H. S. H., de 18 anos, foi chamada de "gay safado" e levou um golpe de canivete no ombro direito. Em 5 de janeiro de 2009, também na Savassi, a vítima foi um homossexual de 19 anos. Os dois casos não foram julgados pela Justiça.

O pai do acusado, o artesão Donato Peret Mauro, de 58 anos, disse que a fotografia do filho enforcando o morador de rua não passa de uma montagem feita por inimigos dele. "Meu filho se envolveu com o movimento dos carecas e tem muitos inimigos. Ele está sozinho em algum lugar, correndo o risco de que alguém o corte todo com uma tesoura", disse o artesão, que vive separado da família há 14 anos. "Não vou negar que meu filho participou de alguns movimentos, mas estão avacalhando com ele. Meu filho está correndo risco. As pessoas que querem matá-lo são perigosas, são piradas, drogadas", disse o pai.