Brasil

Delegado diz que policial ajudou a financiar assassinato de juíza

A juíza Patrícia Acioli foi assassinada com 21 tiros quando chegava em casa, na noite de 11 de 2011

postado em 16/04/2013 13:40
Rio de Janeiro ; O delegado Felipe Ettore, primeira testemunha a depor no julgamento do policial militar (PM) Carlos Adílio Maciel Santos, disse que o réu ajudou a financiar o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011. O PM é o quinto acusado a ser julgado pela morte da magistrada do Tribunal do Júri de São Gonçalo, assassinada com 21 tiros quando chegava em casa, na noite de 11 de agosto daquele ano.

[SAIBAMAIS] Patrícia Acioli era conhecida por ser linha dura contra desvios cometidos por policiais. Segundo a denúncia oferecida à Justiça, isso teria desagradado um grupo de policiais, que executava criminosos e lucrava semanalmente pelo menos R$ 11 mil com a extorsão a bandidos de favelas daquele município.

No início de 2011, o grupo teria planejado a morte da juíza. No dia do assassinato, o policial Carlos Adílio estava preso há quase um mês, por determinação da própria magistrada, acusado de executar um jovem em uma favela de São Gonçalo. Mas, segundo Ettore, que investigou o assassinato de Patrícia Acioli, antes mesmo da prisão, Carlos Adílio havia concordado em matar a juíza.



Além disso, ele teria aceitado abrir mão do lucro ilícito de duas semanas para financiar a morte da juíza. ;Interessava a todos os integrantes do GAT [Grupo de Ações Táticas do qual participavam os dez policiais] que houvesse menos rigor [da Justiça] e isso abrisse caminho para as extorsões prosseguirem. Ele participou [da trama para matar a juíza], sabia que isso ia ocorrer e custeou o crime, já que abriu mão de seu espólio [das extorsões]. A moto e o carro usados no assassinato foram comprados com esse dinheiro ilícito;, disse Ettore.

O advogado de defesa de Carlos Adílio, Robson Gomes Barcellos, buscou desqualificar o depoimento do delegado, dizendo que não há nenhuma prova da participação do policial, além do depoimento dado pelo cabo Sérgio Costa Júnior, colega do réu que recorreu à delação premiada para ter redução da pena.

A previsão é que oito testemunhas sejam ouvidas até o final do julgamento, sendo quatro de defesa. O julgamento, que está sendo realizado no 3; Tribunal do Júri de Niterói, cidade onde ocorreu o crime, deve terminar ainda nesta terça-feira (16/4). No total, 11 policiais são acusados de participação no assassinato na juíza ; quatro já foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação