A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (25/4) a Operação Fractal para desarticular uma organização criminosa que atua no contrabando de cigarros e na exploração de jogos ilegais no Paraná. Segundo a PF, policiais participam do esquema. Ao todo, 250 policiais federais cumprem 40 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de prisão preventiva, seis mandados de prisão temporária e 29 mandados de condução coercitiva.
As ordens judiciais estão sendo executadas em cidades paranaenses (Curitiba, Maringá, Medianeira, Foz do Iguaçu, Faxinal e Matinhos), gaúchas (Porto Alegre e Canoas) e catarinenses (Laguna e Joinville).
Segundo a PF, as investigações, que começaram em 2010, apontaram que a quadrilha tinha o reforço de policiais militares lotados, na maioria, em rotas de contrabando no noroeste do Paraná. Além de facilitar a passagem da mercadoria do grupo, eles extorquiam dinheiro de contrabandistas concorrentes, repassando parte dos valores e dos produtos desviados de apreensões ao núcleo central do esquema.
A organização criminosa era liderada por um assessor de um deputado estadual do Paraná e por oficiais da Polícia Militar em postos estratégicos, de acordo com as investigações.
[SAIBAMAIS]A PF informa, em nota, que ;a soma dos valores oriundos da corrupção e repassada ao assessor e seus contatos na corporação militar paranaense chegou a centenas de milhares de reais.; O lucro com as atividades ilícitas, segundo o texto, permitiu ;a obtenção de grande patrimônio por parte dos integrantes da quadrilha, sendo que parte dos imóveis, bem como valores, foram bloqueados por decisão judicial;.
Ao longo da investigação foram feitos diversos flagrantes e prisões de servidores públicos por corrupção. A investigação, que está em segredo de Justiça, deverá promover outras diligências.
A Operação foi batizada de Fractal devido à capilaridade detectada nas investigações, que levou a quadrilha a se infiltrar em todas as esferas do estado do Paraná. ;Por um conceito matemático, fractal seria um objeto que apenas encontraria regras na irregularidade, com grande capilaridade, definindo bem a atuação do grupo;, explica a nota.
Foram verificados, durante as investigações, indícios de que a organização criminosa buscava influência em setores das polícias Militar, Civil e Federal; Receita Federal; Ministério Público Estadual e Assembleia Legislativa do Paraná.