postado em 25/04/2013 19:25
Atendendo ao pedido da promotoria, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues cassou a palavra do advogado Ércio Quaresma. A magistrada citou falas do defensor para exemplificar o que qualificou de abuso, considerando que as perguntas dirigidas ao delegado licenciado Edson Moreira tiveram caráter intimidatório.A juíza disse que Quaresma deixou claro, ao declarar que a testemunha estava nas mãos dele e que assim ficaria por mais horas, ;nítido contorno de ordem pessoal", e que isso não seria admitido dentro do plenário. Considerou ainda que o extenso interrogatório demonstra nÍtido objetivo de protelar o depoimento. Assim, determinou que os outros advogados da defesa prossigam o interrogatório da testemunha.
O advogado Fernando Magalhães protestou e pediu que Quaresma pudesse formular as perguntas, que seriam lidas pelos outros defensores. O promotor Henry Vasconcelos disse ser contrário ao pedido e a magistrada manteve sua decisão, impedindo Quaresma de se dirigir a Edson Moreira.
O promotor Henry Vasconcelos fez um pedido para juíza no tribunal depois que Ércio Quaresma falou que terá mais 12 horas de questionamentos ao ex-delegado Edson Moreira. O promotor solicitou que fosse cassada a fala da defesa. Disse que a estratégia das perguntas tem proprósito vingativo, pois o advogado está inconformado com os trabalhos da testemunha que deixou a defesa insatisfeita. "Observamos momentos de desrespeito, injúrias a um cidadão que está prestando um serviço a Justiça. Que se dê por encerrada. Estou manifestando minha discordância com toda a inquisição dessa testemunha".
Quaresma disse que o representante do Ministério Público está inventando Código Penal: "Aqui é a casa da Justiça. Seja homem ao menos uma vez na sua vida". " Não diga que eu intimidei". Para o defensor, o sentimento do promotor é de derrota no tribunal, por isso fez o requerimento. A juíza Marixa Rodrigues determinou intervalo e vai decidir sobre a solicitação da promotoria na volta. O clima de bate boca deixou so jurados muito assustados. O embate aos gritos pelas duas partes também incomodou a juíza.
Mais cedo, Ércio Quaresma lavou a roupa suja com o ex-delegado Edson Moreira no tribunal. Falou de telefonemas entre eles, encontro em pizzaria, pediu quebra de sigilo telefônico da testemunha e disse que vai provar a mentira do depoente porque tem gravações. Moreira foi firme, negou esses contatos com o criminalista.
Quaresma quis saber se Moreira sabia de uma prisão de Bola em Santos (SP), por porte ilegal de armas. A testemunha disse que ficou sabendo dessa informação hoje no plenário. Um "burburinho" tomou conta de salão do júri, pois todos acreditavam que o ex-delegado sabia dessa informação há tempos.