Para iniciar a defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, o advogado Ércio Quaresma promoveu uma pequena modificação no plenário. Pediu à juíza Marixa Rodrigues para que o réu mudasse de lugar, saindo do banco dos réus e se sentando de frente à magistrada. Uma televisão foi posicionada de frente aos jurados. Ao contrário do promotor, que ficou em pé durante toda a sua explanação, Quaresma se sentou ao lado do aparelho televisivo. Foi exibido, então, trecho gravado de uma uma declaração dada ao vivo pelo apresentador Luiz Datena em que ele elogiava o advogado por ter vencido a dependência das drogas. A exibição foi rápida, seguida de um choro contido de Quaresma, que falou do próprio triunfo sobre o crack.
[SAIBAMAIS] Após o vídeo exibido pela defesa, o defensor tenta desqualificar os julgamentos de outros réus do processo de sumiço e morte de Eliza Samudio. Com o tom duro, Quaresma afirmou que a droga pode pegar qualquer um, como teria acontecido com uma jurada que compôs o corpo de jurados que condenou o goleiro Bruno Fernandes. A defesa denuncia que a mulher foi presa meses depois do julgamento com pinos de cocaína.
Também usou como analogia o julgamento do massacre do Carandiru, onde um jurado passou mal e o corpo de jurado foi absolvido. No julgamento de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes, uma julgadora passou mal e foi atendida em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Contagem. Na ocasião, a mulher voltou no dia seguinte e o júri prosseguiu.
Pedido de desculpas
Um dia depois de protagonizar uma briga com um assistente da juíza Marixa Rodrigues, Quaresma sae arrependeu e se desculpou com o homem. "Te peço desculpas em público para que todos vejam", disse o defensor Em seguida, elogiou a magistrada e falou que "é uma honra trabalhar com ela".