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Promotor chama Bola de psicopata durante explanação em julgamento

Ao ouvir a declaração, Bola continuo com o semblante sério, e apenas encarou o promotor.

João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 27/04/2013 16:56
Os depoimentos do primo do goleiro Bruno, que à época do crime era adolescente, foram usados como argumentos finais do promotor Henry Vasconcelos para buscar a condenação de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Considerado a principal testemunha do caso, foi o relato do adolescente que subsidiou todas as investigações. Além disso, foi o menor quem levou a polícia até a casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos afirmando que foi lá o palco da execução de Eliza Samudio.

O promotor citou dois depoimentos distintos, um prestado pelo adolescente ao Ministério Público e outro à Justiça. Em um, Jorge cita o apelido ;Bola; 14 vezes. No outro, 9 vezes.

Ao falar sobre a limpeza feita no sítio de Bruno Fernandes por alguns dos réus do processo, a quem o delegado Edson Moreira chamou de amadores na arte do crime, o promotor virou para o réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e o chamou de matador. "Estamos diante de um assassino profissional, de um psicopata", disse apontando o dedo indicador para o ex-policial civil.

Ao ouvir a declaração, Bola continuo com o semblante sério, e apenas encarou o promotor. Na sequência, o promotor citou um significativo contato telefônico feito no dia em que Eliza foi assassinada. "Ele ligou para um velho amigo de matança, que é o Gilson Costa", revelou, fazendo referência o policial civil que ainda é investigado pelo crime.

Também citou contatos telefônicos com outro polical, Jose Lauriano, o Zezé. Bola teria ligado para ele 40 minutos depois do último contato com Macarrão na Pampulha. As antenas de telefonia apontam que Marcos Aparecido teria feito a ligação na Região do Bairro Itapoã, próximo a Lagoa do Nado.



O promotor Henry Vasconcelos expôs, por longo tempo, o modo como os envolvidos no sequestro de Eliza Samudio se esforçaram para limpar a Land Rover na qual a jovem foi trazida do Rio de Janeiro a Minas. O veículo estava com o interior muito sujo de sangue. Primeiro foi lavado com água. Em seguida, foi levado para ser lavado com óleo diesel, pois o combustível inviabilizaria, de forma definitiva, a identificação da procedência do material genético.

Por causa de multas, o veículo foi apreendido antes que a lavagem fosse realizada. O promotor enfatiza que se não fosse a apreensão do carro, que posteriormente foi periciado, jamais teria sido possível identificar o sangue de Eliza Samudio em seu interior. Vasconcelos leu para os jurados o laudo pericial, em que consta a existência de várias manchas de sangue em quase todo o interior do carro e a ressalva de que o ambiente já havia sido lavado.

Para encerrar, advertido que pela juíza Marixa Rodrigues de que só lhe restavam dois minutos, o promotor revelou aos jurados que na manhã seguinte ao resgate de Bruninho, quando começaram a ser presos todos os envolvidos, a primeira ligação efetuada por Bola foi para o advogado Ércio Quaresma, "pois ele entendeu que a casa estava caindo". Vasconcelos pediu aos jurados que condenem o réu pelos dois crimes aos quais é acusado: homicídio duplamente qualificado (meio cruel e sem condições de defesa da vítima) e ocultação de cadáver.

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