Brasil

Padre Beto, que defendeu as minorias LGBT, debate excomunhão em rádio

Para o religioso, que ainda não teve a excomunhão da Diocese de Bauru confirmada pelo papa Francisco, a incompatibilidade de ideias com a igreja foi o único motivo do desligamento

postado em 02/05/2013 07:58
O padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto, que foi excomungado na última segunda-feira (29/4) pela Igreja Católica em Bauru (SP) por defender as minorias LGBT, debateu a punição com ouvintes em seu primeiro programa de rádio após deixar a batina. O Espaço Aberto, da emissora Auri-Verde, foi ao ar ao vivo a partir das 23h da terça-feira (30/4). Em pouco mais de duas horas de duração, padre Beto recebeu o apoio do público.



Para o religioso, que ainda não teve a excomunhão da Diocese de Bauru confirmada pelo papa Francisco, a incompatibilidade de ideias com a igreja foi o único motivo do desligamento. "Desejo, um dia, que nós cheguemos a uma sociedade em que eu não precise chamar alguém de gay, de bissexual ou de negro. Desejo que todos nos chamemos de seres sexuados e que cada um possa viver sua sexualidade da maneira como desejar e como é de acordo com a sua tendência", afirmou o padre e arrematou que "desde que (o sexo) seja feito com respeito, entre adultos, entre pessoas que estão ali porque querem em um momento íntimo de amor".

Várias pessoas ligaram para a rádio para desabafar e mostrar revolta contra a excomunhão pela diocese local. Nenhum ouvinte foi contrário à postura do padre. A maioria protestou pela decisão da Cúria Diocesana. O religioso anunciou resignação quatro dias após o braço da igreja na cidade divulgar nota em que pedia retratação devido a vídeos e comentários publicados pelo religioso nas redes sociais. Mesmo assim, a Cúria comunicou a excomunhão. Patrocinado pela própria Igreja Católica, padre Beto estudou na Alemanha, onde fez doutorado em Teologia.

Para o religioso, que ainda não teve a excomunhão da Diocese de Bauru confirmada pelo papa Francisco, a incompatibilidade de ideias com a igreja foi o único motivo do desligamento

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