Brasil

Instituto mobiliza população masculina a faz exame de toque retal

A ação é continuidade da campanha "Um toque, um drible", que já é desenvolvida pelo instituto

postado em 02/05/2013 17:37
O Instituto Lado a Lado pela Vida chama a atenção da população sobre a importância do exame preventivo do câncer de próstata. Na foto, Sebastião Venturelli, participante da campanha São Paulo ; Para alertar a população masculina sobre os riscos do câncer de próstata, um grupo do Instituto Lado a Lado fez nesta quinta-feira (2/5), na Praça da Sé, região central da capital paulista, uma ação de conscientização, na qual distribuiu folhetos e combateu o preconceito contra o exame de toque retal. A ação é continuidade da campanha ;Um toque, um drible;, que já é desenvolvida pelo instituto.

Desta vez, ao conversar com os homens, o grupo tirou fotografias dos abordados segurando um cartaz onde estava escrito ;Seu preconceito não me representa;. As fotos vão para um mural no site da campanha - www.umtoqueumdrible.com.br -, que traz informações amplas sobre o câncer de próstata e tudo o que envolve a doença.

De acordo com a supervisora de comunicação do Instituto Lado a Lado, Juliana Lamota, a campanha quer mostrar que o exame de toque retal não é desconfortável nem altera a masculinidade, além de ser imprescindível, porque não há um exame que o substitua.

;Queremos mostrar que o preconceito não vai levar a nada. Se a pessoa for detectada com câncer em estágio mais avançado tem chance de cura muito inferior à que teria se fosse diagnosticada no início;.

;O objetivo da ação de hoje é tirarmos as fotos para o mural. As pessoas podem tirar a própria foto com uma webcam ou, se preferirem, podem fotografar com o celular usando o [aplicativo] Instagram. Usando a hashtag seupreconceitonaomerepresenta, a foto já entra automaticamente no mural;, explicou Juliana.

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de casos da doença ultrapassou 60 mil em 2012. A estimativa é que um em cada seis homens tenha câncer de próstata no futuro. ;Por isso é importante a consciência de fazer o exame, não só a partir dos 50 anos. A ideia é que [o homem], desde jovem, já esteja ciente de que vai ter que fazer o exame e que isso não é um martírio, e sim simplesmente um cuidado com a saúde;.



A próstata é uma glândula masculina do tamanho de uma castanha e está localizada na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga. Como os outros exames não conseguem chegar até a região, com o toque do médico é possível identificar aumento, anomalia ou endurecimento da região.

Os principais sintomas do câncer de próstata são dificuldade para urinar, pouca urina, dor ao ejacular, dor nos ossos e sangue na urina ou no sêmen. Como os sintomas não aparecem em muitos homens, a maioria acredita que não tem nada e não vai ao médico, o que leva ao diagnóstico tardio, com o tumor em estágio avançado. O tratamento depende da avaliação da doença, variando de pessoa para pessoa e podendo chegar até a retirada total da glândula.

O mecânico aposentado Mariano Lacerda tem 64 anos e faz tratamento de um tumor benigno na próstata há seis anos. Ele descobriu que havia alguma coisa errada ao perceber que não conseguia mais urinar. Procurou o médico e foi diagnosticado. A falta de tempo devido à corrida diária e ao trabalho foi o principal motivo que o impediu de fazer os exames logo que os sintomas surgiram.

;Eu posso falar para todos deixarem o preconceito de lado e colocarem a saúde em primeiro lugar. Eu não fiz o exame não por preconceito, mas porque não tinha tempo nem para respirar. Mas quando descobri o problema, deixei ao comando do médico;.

O aposentado de 68 anos Sebastião Venturelli contou que faz o exame desde os 40 anos e avaliou esse hábito como muito importante para a preservação e prolongamento a vida. ;Eu nunca tive preconceito e até apoio a ideia de preservarmos a nossa saúde, porque o índice de câncer de próstata é alarmante no nosso país justamente por causa do preconceito;.

Venturelli disse que tem muitos amigos que são preconceituosos, e para tentar mudar a resistência deles faz brincadeiras sobre o exame. ;Na brincadeira, eu já consegui convencer muitos a irem ao médico;.

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