Brasil

Diferentes mulheres contam um pouco do que é ser mãe

Independentemente de idade, classe social, cor, profissão, orientação sexual, neste domingo e em todos os outros os dias do ano, o que vale é comemorar a força dessas mulheres

postado em 12/05/2013 10:31
Ser mãe. Um desafio, um refúgio, uma responsabilidade para a vida inteira, um ato de coragem, renúncia, padecer no paraíso? Não há como definir o que é ser mãe. Para cada uma, um significado. Entre dificuldades e aprendizado, lágrimas e sorrisos, descobertas e realizações, em uma coisa todas concordam: a escolha da maternidade inclui muito amor.



Independentemente de idade, classe social, cor, profissão, orientação sexual, neste domingo e em todos os outros os dias do ano, o que vale é comemorar a força dessas mulheres, que entre tantos encantos, podem gerar uma vida ou várias, no ventre ou no coração. E não existe definição de ser mãe por um motivo muito simples: há tantos tipos de mães quanto de filhos.

A engenheira Márcia Jopert, por exemplo, adiou a maternidade até se sentir preparada, inclusive, até encontrar alguém especial para dividir com ela esse momento. ;Sempre fui uma pessoa muito maternal, sempre desejei muito ser mãe, mas os tempos modernos exigem que a mulher se prepare um pouco melhor profissionalmente antes de assumir essa função;, pondera. A hora certa, para ela, chegou há oito anos. ;Sou muito feliz por ter esperado e pela hora que o meu filho chegou. Eu nunca vi problema em ser mãe aos 40;, declara.

Luciana Chagas é professora, mas escolheu deixar a profissão para se dedicar à casa e à filha e tem certeza de que essa foi a melhor opção. ;Vou dedicar os meus talentos, até como professora, para educar os meus filhos, e fazer a minha pequena escola, na minha própria casa;, conta. Ela não pretende voltar atrás. ;Eu acho difícil voltar a trabalhar, porque pretendo ter muitos filhos. O nenezinho vai crescer, mas daqui a pouco vai ter outro nenezinho exigindo cuidados;.

A professora universitária Daniela Auad cria a filha Leila com a companheira Cláudia. A criança de cinco anos é fruto de uma relação anterior de Daniela. Para Leila, ter duas mães é motivo de dupla comemoração neste domingo. ;Falar de mulheres educando uma criança que é filha delas biológica ou não biológica, é de coração ou de barriga, é lembrar às pessoas o tempo todo que ;as baleias são peixes e também são mamíferos;, ou seja, uma coisa não exclui a outra: uma mulher pode amar outra mulher e ser mãe;, diz.

A pergunta que Daniela mais escuta é sobre quando descobriu que era lésbica. ;A melhor resposta para essa pergunta é [dizer] de volta: quando você descobriu que era hétero? Sua família aceitou numa boa?;. Fazendo o outro se colocar no lugar dela, ela sente que pode promover uma reflexão e minimizar o preconceito.

Depois de seis anos tentando engravidar sem sucesso, a arquiteta Alessandra Araújo e o marido decidiram adotar uma criança. Alana chegou na vida deles há 1 ano e 4 meses, com 3 dias. Quando a menina estava com 9 meses, uma surpresa: Alessandra descobriu que estava grávida. Para ela, o amor que sente por Alana e pelo bebê que está por vir é o mesmo.

;Hoje eu posso falar com toda a certeza do mundo, porque antes eu também falava que não tinha diferença, mas as pessoas ficavam olhando estranho;, revela. ;Eu já sentia que não tinha diferença e aí, quando eu fiquei grávida da minha barriga, pra mim continuou sem diferença nenhuma. O amor se constrói;, resume.

Isabel Tavares foi mãe cedo, aos 18 anos, e garante que se assustou na época. Hoje, casada há quase 10 anos e com mais uma filha, ela confirma que a maternidade é um eterno aprendizado. ;Ser mãe é a coisa mais complexa que pode existir. Ao mesmo tempo que é a coisa mais linda que [existe], que é uma ligação muito forte com o filho, às vezes nos frustra muito não saber o certo ou o errado;. Mesmo com as inseguranças comuns da relação entre mães e filhos, Isabel acredita que toda mulher deve viver esse momento. ;É uma experiência que todos deveriam passar. É única, é indispensável para o nosso crescimento;, afirma.

Para Josilene Cardoso, não bastou ser mãe de um filho biológico. Ela escolheu a maternidade também como profissão: é mãe social em um abrigo. No dia a dia, o desafio é suprir a carência que o abandono deixa nas crianças. ;Embora eles tenham a gente [as mães sociais] como referência no momento, eles sabem que nós não somos mães deles. Algumas crianças esperam que os pais venham buscar e outras esperam ser adotadas;, conta.

;Para nós e muito complicado, porque não tem como preencher esse espaço que é de mãe. [É] a gente que dá banho, a gente que põe comida na boca, a gente que vai nas reuniões da escola, mas eles sabem, embora tenham a gente como referência, que a gente não é mãe. Eles esperam ter isso um dia;, diz, emocionada.

E há quem ainda não conheça o gostinho de ser mãe, mas conta os dias para ver a carinha do bebê que está prestes a nascer. A advogada Denise Arantes se prepara para a jornada, que começa em poucos dias. Lorena vai chegar no dia 13 de junho.;É uma curiosidade de saber como ela vai ser, como vai ser o rostinho dela, do que ela vai gostar, como vai ser o temperamento;, diz. O que ela mais quer é ser uma boa mãe. ;Eu pretendo ter um olhar para ela, para a individualidade dela. Quero ser amiga, aquela mãe que ouve. Quero passar para ela os princípios que eu acho importantes;, confidencia a mamãe de primeira viagem.

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