Brasil

Correio volta a 1888: acompanhe a decisiva sessão da abolição 'ao vivo'

postado em 13/05/2013 09:50

[SAIBAMAIS]Desde o último sábado (10/5), série de reportagens especiais do Correio propõe viagem ao tempo para noticiar os 125 anos da abolição da escravidão no Brasil. Nesta segunda (13/5), o site do jornal embarcou na proposta, e fez um "siga ao vivo" da sessão em que a Princesa Isabel sancionou a lei que extinguiu o trabalho escravo no país. Ferramenta recorrente em grandes coberturas históricas, o recurso aproveita o imediatismo próprio à internet e evidencia o calor da notícia. Entre 14h e 15h, o jornal noticiou em tempo real, os momentos decisivos da sessão do Senado daquele domingo 13/5/1888.*

AO VIVO
15h03|
O Paço Imperial, onde a princesa deu seu autógrafo no decreto, está tomado por uma multidão. As pessoas acompanham emocionadas a libertação geral e irrestrita dos negros ainda cativos. Isabel está acompanhada de Rodrigo Augusto da Silva, ministro da Agricultura, que articulou a aprovação da matéria.

15h|
A princesa imperial regente, Isabel, acaba de assinar a lei que acaba com a escravidão no Brasil. Com apenas dois artigos, o marco legal extingue o sistema de servidão que vigorou por mais de três séculos no território nacional.
Clique no documento, para ampliar14h50| Depois de muitos discursos pró e contra a abolição, o projeto de lei de autoria da princesa regente, Isabel, acaba de ser aprovado em terceira e última votação e ;adotada para subir à sanção Imperial;. Neste momento, os senadores assinam os autógrafos do decreto que será levado à Isabel. Agora, só falta a princesa assinar o documento para que ele se torne lei. O Brasil estará, enfim, livre da escravidão.

14h46| ;Cumpri, como as circunstâncias permitiram, o meu dever de senador; posso cumprir o de cavalheiro, não fazendo esperar uma dama de tão alta hierarquia;, diz o senador Paulino de Souza. Ele se refere à notícia de que a princesa Isabel já saiu da residência oficial Palácio da Princesa, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, para o Paço Imperial, no centro da cidade. Apesar de contrário ao projeto que acaba com a abolição, o parlamentar se disse ;vencido; logo no início da sessão de hoje. E cobra, neste momento, dos colegas mais agilidade na votação da matéria.

14h45|
;Sei bem que não se extirpa do organismo social um cancro secular sem que perturbações se operem;, diz o senador Correia.

14h42|
;A escravidão será em poucos anos apenas uma sombra no passado, sem perturbar com desastres e ruínas as alegrias do futuro, absolvido por nobre expiação o erro de ontem, pelo qual não é originariamente responsável a Nação brasileira;, afirmou Correia.

14h38|
O senador Correia, do Partido Consevador, sucede o senador Dantas no discurso para dizer que também apoia a abolição da escravidão.

14h35|
;Em 17 anos, 800 mil escravos desapareceram do Brasil e, neste período, se notou a maior riqueza no país, grande aumento de trabalho e com ele maior produção;, declara o senador Dantas. Como consequência do desenvolvimento, defende o parlamentar, a renda pública teve aumento expressivo.

14h33|
O senador Dantas pede a palavra na tribuna do Senado para rechaçar as declarações do colega Paulino de Souza. Ele sustenta que não haverá uma ;época de penúrias; no Brasil com o fim da escravidão.

14h28| A avaliação da princesa e de seus assessores é de que a matéria está consensuada no Senado e, dificilmente, sairá de lá sem aprovação. A viagem de Petrópolis ao centro do Rio de Janeiro, costuma levar de duas a três horas. É feita de trem. Ao chegar à cidade do Rio, a carruagem real estará aguardando a princesa para levá-la ao Paço Imperial, centro administrativo do governo onde a família real despacha.

14h25|
A princesa Isabel, que governa o Brasil interinamente, já deixou o Palácio da Princesa, em Petrópolis, uma das residências oficiais da Monarquia. Ela segue para o Paço Imperial, no centro do Rio de Janeiro, onde espera assinar a lei que extingue a escravidão hoje mesmo.

14h17|
É antieconômica, segundo Souza, porque desorganiza o trabalho. A inconstitucionalidade da proposta foi defendida por ele porque ;ataca de frente, destroi e aniquila para sempre uma propriedade legal, garantida, com todo o direito de propriedade, pela lei fundamental do Império;. Paulino costuma se posicionar contra os projetos abolicionistas.

14h12| Souza afirma que a proposta do governo para abolir a escravidão é ;inconstitucional, antieconômica e desumana;. O senador do Partido Conservador disse que a matéria é ;desumana; porque ;deixa expostos à miséria e à morte inválidos, enfermos, velhos, órfãos e crianças abandonadas da raça que (a lei) quer proteger;.

14h09| Publicamente contrário à matéria enviada pela princesa regente, Isabel, ao parlamento, Souza enumera problemas que serão causados pela lei. ;Venho somente justificar, em poucas palavras, o meu procedimento, qualificar a medida proposta e confessar-me vencido;, afirmou o conservador.

14h
| Aos poucos, pessoas começam a se aglomerar em torno do prédio do Senado, no Centro do Rio. O conservador Paulino de Souza, da província do Rio de Janeiro, acaba de abrir a sessão do Senado que vai votar o projeto de lei que extingue a escravidão no Brasil.
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* Os registros históricos consultados e especialistas entrevistados na apuração da série de reportagens apontam imprecisão para horários da sessão decisiva. Nossa cobertura simula o "ao vivo", com liberdade poética neste quesito.

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