Brasil

"Qualquer maneira de amor vale a pena", diz Daniela Mercury na Parada Gay

Cantora é a principal estrela do evento, que é marcado por protestos e cobranças

postado em 02/06/2013 16:05

Parada Gay de São Paulo espera receber quatro milhões de pessoas

A 17; Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bisexuais, Travestis e Transexuais) de São Paulo, a maior da América Latina, que acontece neste domingo (02/6), é marcada por protestos contra a homofobia e pedido de maior direitos aos gays. A principal estrela do evento é a cantora baiana Daniela Mercury.

A artista, que recentemente assumiu o relacionamento com a jornalista Malu Verçosa, aproveitou para criticar o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC).

"Feliciano, qualquer maneira de amor vale a pena", disse a cantora, fazendo referência a música Qualquer maneira de amor vale a pena, de Milton Nascimento.


No trio elétrico onde aconteceu o show de Daniela, que virá a Brasília no próximo sábado (08/6), estavam presentes a Ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o deputado Jean Willys (PSOL/RJ).

Fotos publicadas com  a #paradagay mostram o movimento na Avenida Paulista

Mais política
Durante entrevista coletiva concedida na manhã deste domingo (2), Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), disse que a Parada do Orgulho LGBT não pode ser vista apenas como um carnaval fora de época.

"A parada não é um carnaval fora de época. Mas sim o maior movimento de visibilidade massiva de uma parcela da comunidade que sofre diariamente preconceito e discriminação, violência, ódio e intolerância;, disse o presidente da APOGLBT.

O tema da Parada do Orgulho LGBT deste ano é Para o Armário Nunca Mais! União e Conscientização na Luta contra a Homofobia.

Quaresma criticou o Congresso Nacional, dizendo que ;o Poder Legislativo tem sido omisso no cumprimento de seu papel de fazer lei e garantir o fim da injustiça social;. Sem citar nomes, disse que alguns parlamentares - a quem se referiu como ;fundamentalistas religiosos; - estão ;atacando o Estado laico e os direitos civis de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros;.

Segundo Quaresma, nos últimos 20 anos, mais de 3 mil pessoas morreram no país vítimas da intolerância social.

Presente ao evento, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, também criticou a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. ;Temos agora a tragédia grega que é na Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados. Atingimos o ápice da falta de respeito à comunidade e aos direitos humanos. É um acinte uma pessoa com um discurso homofóbico estar presidindo uma comissão que trata exatamente de combater a homofobia e tudo que é contra os direitos humanos;, disse.

Visibilidade

A organização do evento prevê cerca de quatro milhões de pessoas na Avenida Paulita (região central de São Paulo).

A parada é animada por 17 trios-elétricos. Um caminhão-baú, atrás do quarto trio-elétrico, arrecadando doações que serão depois destinadas a diversas entidades filantrópicas que prestam auxílio a famílias carentes.

Para garantir a segurança da Parada do Orgulho LGBT deste ano, a Polícia Militar (PM) escalou 1,8 mil policiais. A Guarda Civil Metropolitana está com mil homens para atuar na segurança e no combate ao comércio ilegal. O serviço de inteligência da PM, inclusive, monitora as redes sociais e os blogs para evitar possíveis ações de grupos de intolerância.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação