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ONG diz que aumentou 29% de 2011 para 2012 o desmatamento na Mata Atlântica

Minas Gerais é, pela quarta vez, o estado que mais desmata, sendo o responsável por metade do desmatamento no último ano

postado em 04/06/2013 16:54
São Paulo - O desmatamento na Mata Atlântica aumentou 29% de 2011 para 2012, de acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica apresentado nesta terça-feira (4/6) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o Atlas, houve supressão de vegetação nativa de 23.548 hectares (ha), o equivalente a 235 quilômetros quadrados. Destes 21.977 ha correspondem a desflorestamentos, 1.554 ha a eliminação de vegetação de restinga e 17 ha a vegetação de mangue. É a maior área atingida desde 2008.

Foram avaliados os 17 estados do bioma sendo 81% de áreas sem cobertura de nuvens. O levantamento abrange, pela primeira vez, o estado do Piauí, cujos remanescentes florestais totalizam 34% da área original protegida pela Lei da Mata Atlântica. Com a inclusão do Piauí no mapeamento da área de aplicação da lei, a área original restante de Mata Atlântica, segundo a ONG, é 8,5%. Sem o Piauí ficaria em 7,9%. Quando considerados os pequenos fragmentos de mata o bioma chega a 12,5%.

Minas Gerais é, pela quarta vez, o estado que mais desmata, sendo o responsável por metade do desmatamento no último ano. Foram perdidos em Minas Gerais 10.752 ha, o correspondente a 70% do desmate, quando comparado com o período anterior. Em segundo lugar vem a Bahia com a perda de 4.516 ha e o Piauí que, mesmo monitorado pela primeira vez, assumiu o terceiro lugar da lista, com a perda de 2.658 ha.



Segundo a diretora de gestão do conhecimento e coordenadora do Atlas pela Fundação SOS Mata Atlântica, Márcia Hirota, com os números em mãos, a SOS Mata Atlântica esteve com o secretário do Meio Ambiente de Minas Gerais, no final do ano passado, para apresentar os resultados, mas como não obteve respostas, decidiu recorrer ao Ministério Público.

;É um estado extremamente crítico. Vamos protocolar um ofício na semana que vem e faremos uma apresentação no Ministério Público pedindo uma moratória, para que o governo do Estado não dê mais autorização para supressão de vegetação nativa, para qualquer finalidade, e para que seja feita uma revisão de todas as autorizações dadas nos últimos tempos;, disse.

O coordenador-geral da Promotoria do Meio Ambiente de Minas Gerais, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, disse que, a partir dos dados, as ações de resgate do desmatamento do estado passaram a ser prioridade. ;Estamos preocupados porque vemos no nosso estado uma flexibilização das leis florestais;, disse.

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