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Adolescente baleada será enterrada; delegado é suspeito de ter atirado

A jovem morreu no Hospital João XXIII depois de 51 dias internada. A suspeita é que o namorado, delegado da Polícia Civil Geraldo do Amaral Toledo Neto tenha atirado na cabeça dela em Lavras Novas após uma briga

Estado de Minas
postado em 04/06/2013 17:26
Amanda estava em companhia do delegado quando, depois de um atrito com ele, foi baleada
O corpo da adolescente Amanda Linhares, de 17 anos, baleada na cabeça será enterrado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete, Região Central de Minas Gerais, cidade onde moram os familiares da jovem. O principal suspeito do tiro é o namorado da menor, o delegado da Polícia Civil Geraldo do Amaral Toledo Neto, 40 anos, que permanece preso na Casa de Custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte. Depois de 51 dias lutando para se manter viva, a adolescente morreu na noite desta segunda-feira no Hospital João XXIII em estado gravíssimo.

Em 14 de abril, Amanda estava em companhia do delegado quando, depois de um atrito com ele, foi baleada. Testemunhas disseram que o casal estava no carro do policial, na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas, na Região Central de Minas.

O delegado nega que tenha atirado na adolescente, com quem mantinha um relacionamento marcado por desavenças, que geraram ocorrências policiais. A Justiça chegou a determinar que o policial não poderia se aproximar de Amanda. Porém, a advogada dele, Maria Amélia Tupynambá, informou que seu cliente não chegou a ser notificado da decisão.

Pela versão do suspeito, Amanda Linhares tentou se matar. O delegado buscou a jovem em Conselheiro Lafaiete e depois seguiram para Ouro Preto. Depois de uma ligação à Polícia Militar avisando que o casal foi visto brigando na estrada, veio a informação de que Amanda havia sido deixada em unidade de pronto atendimento (UPA) da cidade com um tiro na cabeça.



Funcionários da unidade de saúde informaram aos militares que o homem que a deixou no local disse que ela tentou o suicídio. O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciado. Apesar da afirmação de que a adolescente tentou se matar, exames residuográficos nas mãos dela não acharam vestígios de pólvora.

A Corregedoria da Polícia Civil anexou ao inquérito laudo assinado por um médico-legista informando que o ferimento não era compatível com um tiro a curta distância, típico de casos de suicídio, como sustenta o delegado. Os investigadores já sabem que Toledo manuseou uma arma no posto de gasolina em que foi flagrado por câmeras de segurança retirando-a de um bolso da calça e guardando-a no outro. A arma, porém, é pequena e não seria o revólver calibre 38 do qual partiu a bala, registrado em nome dele. Segundo o delegado, a arma e a bolsa da adolescente teriam ficado para trás.

Há duas semanas, a bolsa e um pé de sandália da jovem foram recolhidos à beira da BR-040, perto do Viaduto da Mutuca, em Nova Lima, na Grande BH. O material foi localizado pela Corregedoria de Polícia, depois que um amigo do delegado contou que o ouviu dizer que se desfez dos pertences de Amanda quando voltava para BH. Além da bolsa, sem documentos, e do calçado, havia uma esponja de maquiagem. A família dela reconheceu o material.

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