Brasil

Manifestações de índios,sem-terra e de produtores rurais pedem paz no campo

Eles pediram o fim da violência no campo, agilidade da reforma agrária e criticaram a demora na remarcação de terras indígenas e quilombolas

postado em 07/06/2013 16:20
Campo Grande ; Produtores rurais e indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais sem terra realizaram dois protestos na manhã desta sexta-feira (7/6) na mesma avenida de Campo Grande. Os grupos se concentraram em trechos diferentes da avenida Afonso Pena, principal avenida da cidade. O foco dos protestos foram as disputas pela terra. Apesar dos conflitos recentes, ambas manifestações foram pacíficas.

Com o lema ;Lei, ordem e paz no campo;, o ato promovido pelos produtores rurais reuniu cerca de 300 pessoas. A mobilização foi organizada pelo Movimento Nacional de Produtores e contou com presença de representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul e Associação dos Criadores de do estado. A pé, a cavalo e de caminhonete, os produtores rurais, pediram o fim dos conflitos e da insegurança jurídica.

Os indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais, após três dias de marcha reuniram quase mil pessoas. O protesto foi organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra, Central Única dos Trabalhadores, Federação dos Trabalhadores em Educação, Comissão Pastoral da Terra. Eles pediram o fim da violência no campo, agilidade da reforma agrária e criticaram a demora na remarcação de terras indígenas e quilombolas. Sob o lema de ;Todos somos índios, todos somos sem terra;, eles relembraram o índio terena Oziel Gabriel, morto a tiros, durante tentativa de reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia.



Hoje, as equipes da Força Nacional começam a atuar em Sidrolândia. O comandante major Luiz Alves, disse à Agência Brasil que, devido às questões de logística, deverá montar o acampamento à noite na fazenda Buriti.

A Conferência dos Religiosos do Brasil, regional do Mato Grosso do Sul, divulgou carta manifestando inquietação ;diante das injustiças sofridas pelos povos indígenas de nosso estado;. No mesmo dia, reunião que durou mais de três horas e que reuniu representantes do governo federal e dos índios terenas, foi anunciada a criação de um fórum reunindo governo, indígenas e fazendeiros para negociar solução para os conflitos de terra em Mato Grosso do Sul.

Lideranças indígenas, fazendeiros, procuradores da República e entidades como o Conselho Indigenista Missionário e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul concordam em pelo menos um ponto sobre os conflitos entre índios e produtores rurais sul-mato-grossenses: se os governos federal e estadual querem resolver os confrontos por terras, devem indenizar os fazendeiros que receberam do próprio estado os títulos de propriedade.

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