Emerson Campos, Valquiria Lopes/Estado de Minas, Cristiane Silva/Estado de Minas
postado em 17/06/2013 16:27
A Tropa de Choque da Polícia Militar bloqueou o acesso de cerca de 10 mil manifestantes que seguiam em caminhada da Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, rumo ao Mineirão, na Região da Pampulha, onde acontece a estreia da Copa das Confederações na capital mineira, com o jogo Taiti x Nigéria. O grupo foi barrado pelos militares depois de andar aproximadamente 4 km pela Avenida Antônio Carlos até a altura do número 3.265, pouco antes do cruzamento com o Anel Rodoviário.
[SAIBAMAIS]Mais cedo, em conversa com os líderes do movimento, o Major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, tinha acenado garantiu o direito ao protesto, desde que não seja invadido o chamado "setor amarelo", reservado para quem adquiriu ingresso para a partida de futebol. O grupo, que organizou o movimento pelas redes sociais, é composto em sua maioria por estudantes que protestam contra o preço do transporte e a interferência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) no país.
Durante a caminhada, circularam boatos entre os manifestantes sobre um suposto bloqueio da Polícia Militar e do Exército na avenida, para impedir que o grupo se aproximasse do Mineirão, onde já protestam professores da rede estadual de ensino e um grupo menor de estudantes. Um dos líderes do movimento, Gladson Reis, vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), disse que o grupo é pacífico e vai manter o objetivo inicial. "Vamos seguir com o objetivo de ir até o Mineirão, vamos conversar com a polícia e tentar passar [em caso de bloqueio] pacificamente, se houver violência a responsabilidade é da PM".
RECURSO NEGADO No início desta tarde, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) divulgou que foi negado p recurso impetrado pelo Sind-UTE/MG e pelo Sindpol-MG para tentar cancelar os efeitos da liminar concedida ao Governo Estadual no último 13 de junho, a qual proíbe sindicatos de obstruir vias públicas e tumultuar o trânsito em Minas Gerais durante manifestações para divulgar seus movimentos grevistas.
O desembargador Antônio Sérvulo justificou a decisão afirmando que "é notório que na Capital vêm sendo realizadas diversas manifestações, de todo gênero, quer seja de movimentos paredistas, quer seja de sem terras ou de outras associações, o que resulta em verdadeiro caos no trânsito e dificuldade de locomoção de pessoas". Segundo ele, "várias estratégias estão sendo planejadas com o fim de chamar a atenção para a causa paredista dos sindicatos - SINDPOL e SINDUTE - durante os jogos da Copa das Confederações a serem realizados na Capital, especialmente na linha verde e no entorno do estádio Mineirão, o que causaria evidente transtorno àqueles que para lá se dirigissem".
PROTESTO NA PRAÇA SETE Mais cedo, manifestantes se uniram no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro com cartazes criticando a Fifa, a Copa das Confederações e o valor das passagens do transporte coletivo. O grupo, de cerca de três mil pessoas, ocupou o entorno do pirulito na praça e interditou o cruzamento da avenidas Afonso Pena e Amazonas. O trânsito ficou muito lento na região central, com reflexos principalmente em toda a extensão dessas vias. Os veículos que seguiam no sentido rodoviária/Magabeiras tiveram que dar meia-volta passando por cima do canteiro central.
O protesto também ocorre em outras cidades brasileiras e em BH conta com apoio dos movimentos Fora Lacerda, Movimento dos Atingidos pela Copa, Ane, Sind-UTE, alguns partidos políticos, entre outras organizações. O capitão Lúcio Neto do Batalhão de Eventos da PM disse que a polícia vai acompanhar todos os protestos e espera que tudo ocorra de forma pacífica.
Os policiais civis em greve também estiveram na Praça Sete recolhendo assinaturas da população em um documento que revindica a melhoria nas condições da corporação. O Sindicato dos Servidores da Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindipol), afirma que está cumprindo a liminar da Justiça determinando que os policiais e os professores não bloqueiem vias de acesso e no entorno do estádio Mineirão, bem como outros logradouros público do estado.