Brasil

Milhares de manifestantes fazem protestos em BH, São Paulo, Rio e Brasília

A Avenida Rio Branco, no centro do Rio, a manifestação ocorre de forma pacífica. Os participantes gritam "Sem violência" e "Vem pra rua, vem contra o aumento"

Estado de Minas
postado em 17/06/2013 18:39
Manifestantes no Rio fecham a Rua Primeiro de Março, no centro e seguem para concentração em frente da Igreja da Candelária

Milhares de manifestantes estão nas ruas de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília em protesto contra os gastos da Copa das Confederações, Copa do Mundo e contra o aumento do preço das passagens de ônibus nas cidades brasileiras. Em BH, são cerca de 10 mil manifestantes, em SP, a PM infomou que o número já chega a 30 mil pessoas, no Rio são 6 mil e em Brasília, 16 mil protestam.

A Avenida Rio Branco, no centro do Rio, está completamente tomada por manifestantes que protestam contra o aumento das passagens de ônibus e os gastos públicos com as obras da Copa das Confederações e do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016).



A manifestação ocorre de forma pacífica. Os participantes gritam "Sem violência" e "Vem pra rua, vem contra o aumento". Muitas pessoas acompanham das janelas dos escritórios a passagem do protesto e jogam papel picado. O policiamento foi reforçado. Os policiais militares acompanham o movimento. A Tropa de Choque não está no local.

No Rio, os manifestantes fecharam nesta segunda a Rua Primeiro de Março, no centro da cidade. Eles estavam na Praça Quinze e seguiam nesta tarde para a concentração em frente da Igreja da Candelária.

Acompanhado de perto pela Polícia Militar (PM), o grupo evoluiu como um bloco de carnaval: toca instrumentos e canta. Alguns têm narizes de palhaço. Outros carregam flores. Uma mulher leva um bebê de poucos meses. Dois batedores da PM fazem uma espécie de escolta dos manifestantes.

De acordo com a polícia, que está ao redor da Candelária, cartazes trazem mensagens como"Revolto-me, logo existo", "Verás que o filho teu não foge à luta" e "Somos filhos da revolução". A concentração desta segunda-feira está muito mais cheia do que a da quinta-feira, quando o protesto teve confusão.

Vários partidos estão representados. Enquanto um dos líderes do movimento discursava fazendo críticas à presidente Dilma Rousseff pela parceria com o governo do Rio e a prefeitura da capital fluminense, o cineasta Daniel Zarvos, de 39 anos, tentou se apossar do microfone gritando palavras de apoio a ela.

Assustado, o manifestante que discursava pediu para terminar a fala antes de dar a palavra a Zarvos - que não se expressou mais. "Eu apoio o movimento e acho que temos todo o direito de protestar, mas é preciso oferecer propostas. Não dá para criticar a Dilma sem oferecer soluções melhores do que as dela", disse Zarvos, filiado ao PV. Militantes do Psol e PCB eram hostilizados pelos demais manifestantes, que pediam que eles abaixem as bandeiras. Um princípio de tumulto e bate-boca começou entre eles. De acordo com a maioria dos que protestam, as bandeiras dos partidos devem ser substituídas pelas do Brasil.

Milhares se reúnem em São Paulo na noite desta segunda-feira

Manifestantes que participam do protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) na capital paulista estão reunidos no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Apesar de gritarem em coro que devem caminhar até Avenida Paulista, as lideranças do movimento ainda não confirmaram o trajeto que será feito. A segurança da manifestação é feita por um efetivo de 900 a 1 mil homens, o mesmo efetivo empregado na quinta-feira passada.

A Avenida Faria Lima está fechada nos dois sentidos por causa da aglomeração de manifestantes. O comércio também está com portas fechadas. A manifestação reúne diversos setores da sociedade e entidades, da própria capital paulista e de diversas regiões do Estado. O ato desta segunda-feira, o quinto desde o dia 6, conta com a participação do Sindicato dos Químicos de Campinas, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, professores da Universidade de São Paulo, pais de manifestantes presos nos outros protestos, bancários da região, atores e estilistas, como Alexandre Herchcovitch. ;Protestar está na moda;, brincou.

O ato em Brasília contou com mobilização por meio de redes sociais, pela internet

Em Brasília, manifestantes ocupam o gramado em frente ao Congresso Nacional no final da tarde deste segunda-feira. Alguns, inclusive, já estão dentro do espelho d;água que fica em frente à rampa de acesso ao Parlamento. Em protesto, o grupo da "Marcha do Vinagre" partiu do Museu Nacional de Brasília e rumou pela Esplanada dos Ministérios, interrompendo as seis faixas de trânsito da face sul do Eixo Monumental (que liga a Rodoviária à Praça dos Três Poderes). O policiamento já foi reforçado no local, impedindo o acesso dos manifestantes ao Congresso. Até o momento, a manifestação é pacífica.

O ato em Brasília contou com mobilização por meio de redes sociais, pela internet. O protesto é contra a brutalidade de policiais nas manifestações, dinheiro gasto na construção de estádio Mané Garrincha, de mais de R$ 1,5 bilhão, e também em solidariedade aos protestos pela redução da passagem de ônibus em outras cidades do Brasil, como São Paulo. A face norte do Eixo Monumental, também com seis pistas, está com trânsito livre.

Policiais militares, que neste momento fazem a segurança do Congresso, informaram que ainda não há estimativa do número de manifestantes. No entanto, eles tomam praticamente todo o gramado em frente ao Congresso.

Cerca de 2,3 mil se reuniram também desde o fim da tarde desta segunda no centro de Brasília para a chamada "Marcha do Vinagre" - o nome faz referência à substância usada pelos jovens para neutralizar os efeitos do gás lacrimogêneo. Eles pretendem fazer um minuto de silêncio, por volta das 18h, em frente ao Congresso. Protestos ocorrem em várias capitais brasileiras.

Apesar das orientações da PM para não ultrapassar as duas das seis faixas do Eixo Monumental permitidas para o protesto e a não atrapalhar o trânsito, um grupo de punks invadiu todas as faixas do Eixo Monumental. Eles rodearam uma viatura da PM. Os líderes da "Marcha do Vinagre" tentaram conter o grupo e pediram que eles liberem as pistas ocupadas, mas os punks acabaram fechando as pistas e, agora há pouco, os integrantes da manifestação invadiram todas todas as faixas do Eixo Monumental.

Neste momento, policiais fazem um cordão de isolamento e empurram os manifestantes para que eles voltem às duas faixas liberadas em um acordo prévio. A Polícia Militar soltou bombas de gás lacrimogêneo para conter uma confusão entre os manifestantes e o grupo do Patido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). Integrantes do PSTU foram retirados do protesto.

Influenciados por um onda de protestos que começou na semana passada em São Paulo, os participantes são contrários à violência da polícia nas manifestações ocorridas em todo o Brasil. Declaram também apoio à Marcha da Corrupção. Cerca de 16 mil pessoas confirmaram presença no evento criado no Facebook.

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