Brasil

Manifestantes em MG seguem ocupando a Praça Sete no centro da capital

Trânsito na Avenida Afonso Pena permanece bloqueado desde as 18h; protesto no Centro transcorre de forma pacífica

postado em 17/06/2013 22:32
Conflito entre manifestantes e policiais militares na avenida Antônio Carlos após pessoas furarem a barreira da polícia e atearem fogo em objetos na avenida durante protesto
Oito horas depois de iniciados os protestos em Belo Horizonte nesta segunda-feira (17/6), o clima ainda é de tensão no Centro da capital. Às 21h30, milhares de manifestantes permaneciam ocupando a Praça Sete, enquanto outras centenas se dirigiram até a porta da prefeitura. O tráfego de veículos seguia completamente interditado nos dois sentidos da Avenida Afonso Pena. A ação transcorria de forma pacífica, com policiais militares acompanhando de longe a mobilização.

Por volta das 18h, cerca de 3 mil pessoas voltaram à Praça Sete, palco do início da mobilização que teve início no começo da tarde. De forma pacífica, o grupo ocupou o Pirulito, e fechou o trânsito no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas. Não havia um grupo específico no local. Cartazes e faixas com palavras de ordem protestam, entre outros motivos, contra o prefeito da cidade, o dinheiro público destinado à realização dos eventos esportivos da FIFA na capital, o preço das passagens de ônibus, a corrupção

[SAIBAMAIS]Por volta das 20h30, começaram a chegar na Praça Sete grupos de manifestantes que dispersaram dos demais que se mobilizavam no entroncamento das avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, na Pampulha. Lá, a Polícia Militar reprimiu o movimento de forma violenta. Bombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha foram usados pelos militares para impedir que a manifestação chegasse próximo ao Mineirão.

Vários discursos se misturavam entre os manifestantes. Faixas e cartazes exibiam palavras de ordens distintas. Havia quem reclamava o preço das passagens de ônibus, criticava o uso de dinheiro público para promover eventos esportivos da FIFA no país, cobrava o fim da corrupção, repudiava a PEC 37 e, até mesmo, pedia o fim do exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Todos exaltavam o direito à livre expressão de ideias, de mobilização social e de valorização da democracia.

Ação violenta

Vários manifestantes ficaram feridos durante confronto com policiais militares ao longo da Avenida Antônio Carlos. Uma das vítimas caiu de uma altura de aproximadamente cinco metros, do alto do Viaduto José Alencar, no entroncamento das avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram. Gustavo Guimarães Justino, de 18 anos, foi socorrido por policiais militares e levado ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova.

De acordo com o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da Comunicação da PMMG, Gustavo se desequilibrou enquanto corria pelo viaduto com um grupo de manifestantes. O militar confirmou que os policiais arremessavam bombas de efeito moral para conter o avanço do protesto. Ele destacou que o jovem estava consciente quando foi socorrido e que não corria risco de morrer.

O tenente-coronel Alberto Luiz confirmou ainda que foram disparadas balas de borracha contra os manifestantes. Ele disse que algumas pessoas se apresentaram a ele durante o protesto exibindo ferimentos provocados pelos projéteis. "A orientação era para que isso (uso de balas de borracha) seria a última e extraordinária força para conter injusta agressão", declarou. O militar afirmou que a corporação irá verificar se houve excesso por parte de algum policial.

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