postado em 19/06/2013 12:36
Em coletiva à imprensa no começo da tarde desta quarta-feira (19/6), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, considerou como "atrocidades" os atos cometidos na noite dessa terça-feira (18/6) durante o sexto grande ato de manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público. No momento mais tenso, um grupo de manifestantes mais exaltados acuou policiais militares no prédio da sede da Prefeitura do estado. Eles atearam fogo a um quiosque da Polícia Militar e num carro de transmissão da Rede Record. Lojas foram saqueadas, e caixas eletrônicos, destruídos.O prefeito afirmou que continua a manter diálogo com o governador Geraldo Alckmin para "que não haja uma percepção de que a polícia não está no controle" e que vai tentar preservar a integridade da população. "A polícia tem a função e a parcimônia para agir;, explicou. Segundo ele, na ação de ontem, mais de 60 pessoas foram presas ou detidas por depredação do patrimônio público.
Reuniões estão sendo feitas e até sexta-feira (21/6) haverá um encontro entre o governo e representantes do movimento Passe Livre. Pressionados, vários prefeitos participaram hoje de uma discussão no Senado sobre um projeto para desonerar o diesel, o que pode ajudar na redução do preço das tarifas de ônibus. Os prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad, e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, haviam sido convidados, mas não compareceram.
[SAIBAMAIS]O governo federal afirmou ontem que apoia outras duas propostas em tramitação no Congresso. Uma delas reduz a incidência de PIS/Cofins no transporte coletivo, e a outra desonera a folha de pagamento do metrô de São Paulo. De maneira isolada, seis cidades resolveram se antecipar e anunciaram reduções das passagens: Recife, João Pessoa, Cuiabá, Porto Alegre, Pelotas (RS) e Blumenau (SC). Em Brasília, o secretário de Transportes, José Valter, assegurou que as tarifas não serão reajustas até 2014.
Protestos avançam
Enquanto o governo busca soluções para o impasse, os protestos em todo o país continuam. Nesta manhã, cerca de mil manifestantes protestaram contra o aumento da tarifa no transporte público na região do M;Boi Mirim, periferia do extremo sul da capital paulista. No começo desta tarde, eles deixaram a frente da sede da subprefeitura e seguiram em passeata pela Avenida homônima, importante acesso da zona sul da cidade ao Terminal Jardim Ângela. Após uma reunião com o subsecretário Antônio Carlos Dias de Oliveira, os líderes dos movimentos devem ser recebidos pelo secretário de Transportes, Jilmar Tatto.
Em outra grande manifestação, um grupo liderado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fechou a Via Anchieta, na altura do km 18, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Duas faixas da pista norte, sentido litoral, ficaram interditas por cerca de 30 minutos. O grupo já havia fechado a rodovia, no início da manhã, e em seguida se dirigiu ao Paço Municipal, onde fez um ato contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Após fechar novamente a rodovia, o grupo composto por cerca de 250 pessoas se dispersou por bairros de São Bernardo do Campo. A Avenida Paulista tem sido o principal palco para os protestos desde o começo do mês, quando o reajuste entrou em vigor.