Após uma série de manifestações que agitaram a cidade de São Paulo nas últimas semanas, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad anunciaram a revogação do reajuste das tarifas de transporte público. O valor das tarifas do metrô, ônibus e trem irá permanecer em R$ 3. "Queremos tranquilidade na cidade para que ela funcione e para que os temas levantados nas manifestações sejam tratados", disse Alckmin, emendando que o sistema de transporte tem um subsídio de R$ 1,2 bilhões por ano.
"Nós vamos ter que cortar investimentos e vamos apertar os cintos", disse Alckmin. "Precisamos abrir uma discussão com a sociedade para as consequências das decisões que foram tomadas", avaliou Haddad.
Já no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes reduziu o valor das passagens de R$ 2,95 para R$ 2,75. "Serão R$ 200 milhões a menos que deixarão de ser investidos em outras áreas", disse Paes. Paes lembrou que o aumento já havia levado em consideração a desoneração do PIS-Pasep (Programa de Integração Social-Programa de Aperfeiçoamento do Servidor Público) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), anunciada pelo governo federal.
Segundo o prefeito, a suspensão do aumento vai custar R$ 200 milhões por ano ao município. A prefeitura ainda vai estudar onde os custos serão cortados. "As manifestações, mesmo que democráticas e legítimas, têm um custo", emendou.
O prefeito informou ainda que o governador do Rio, Sérgio Cabral, também suspendeu o aumento de preço dos bilhetes dos trens, das barcas e do metrô. Eduardo Paes disse que a decisão de suspender os reajustes foi tomada em respeito à sociedade que foi às ruas se manifestar "com civilidade".
O Movimento Passe Livre, que encabeçou as manifestações em São Paulo, comemorou nas redes sociais. ;Primeira vitória, teremos muito mais;, twittaram."A revogação nos pegou de surpresa. Estamos tentando nos reunir agora. Não sabemos se vamos fazer um protesto ou uma festa amanhã, mas manifestação vai ter", disse Mateus Preis, um dos membros do Movimento Passe Livre (MPL).
O movimento disse que o governo de SP se calou e desapareceu do debate público, "se negando dialogar e criando uma ideia que essa é uma questão única de segurança pública".
Segundo o movimento, a prefeitura tentou iludir o povo nas ruas, criando a falsa ideia de que, para revogar o aumento, teria que retirar dinheiro da educação, saúde e de outras áreas sociais. ;Isso não é verdade, até porque as verbas para setores como educação e saúde estão vinculadas e não podem ser transferidas;, disse em nota.
Da redação com agências