Brasil

Moradores de São Gonçalo querem impedir o destombamento do batalhão

O governo do estado quer erguer no terreno 1,2 mil casas populares, mas a população questiona o projeto

postado em 25/06/2013 17:37
Rio de Janeiro - Moradores e organizações da sociedade civil de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, querem impedir o destombamento para demolição do 3; Batalhão de Infantaria do Exército, que fica no município. O governo do estado quer erguer no terreno 1,2 mil casas populares, mas a população questiona o projeto e quer que inclua mais serviços públicos.

;O problema do projeto do estado é que não atende aos interesse do conjunto da população;, disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional São Gonçalo, José Luiz Muniz. Segundo ele, a proposta deveria ser ;mais ousada; e oferecer serviços de esporte, lazer, cultura e até mesmo de mais habitações. Além disso, poderia preservar algumas edificações históricas.

;Existe ali construções que não fazem parte do acervo histórico [do batalhão] e poderiam ser melhor aproveitadas, sem atingir a preservação da memória;, ressaltou Muniz. Ele lembra que foi do 3; Batalhão de Infantaria que saiu parte dos pracinhas que combateram na Itália, durante a 2; Guerra Mundial.

Outra preocupação dos moradores de São Gonçalo é com a dimensão ambiental do projeto, pois o prédio do batalhão fica às margens do Rio Zumbi. ;Há um risco de tirar pessoas de uma enchente para colocar em outra;, disse o presidente da União dos Jornalistas e Comunicadores de São Gonçalo, Frederico Carvalho, sobre a possibilidade de levar para as casas que poderão ser construídas no local as famílias desabrigadas das chuvas no município.



De acordo com o jornalista, o governo estadual poderia instalar no terreno, junto com as habitações populares creches, escolas técnicas, hospital, além de um quartel do Corpo de Bombeiros ou da Polícia Militar, por exemplo. ;Nossos serviços públicos estão sobrecarregados. É preciso ampliar a oferta, sobretudo de segurança, para nós e para os que chegarem tenham mais qualidade de vida;, disse.

Para impedir que o prédio do 3; Batalhão de Infantaria seja destombado, dez organizações da sociedade civil de São Gonçalo e entidades como a OAB, a União dos Jornalistas e Comunicadores e Associação Comercial de São Gonçalo encaminharam na semana passada denúncia ao Ministério Público Federal (MPF). O órgão investiga a situação. Até agora prefeitura não se pronunciou sobre o assunto. O governo do estado do Rio confirmou o pedido de demolição, mas não deu detalhes do projeto.

Atualmente, vivem no prédio do batalhão os desabrigados da tragédia no Morro do Bumba, de Niterói. Também funciona no terreno a 72; Delegacia de Polícia Civil e uma Delegacia da Mulher.

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