postado em 02/07/2013 22:10
O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou hoje (2) a meta, para ser atingida até 2018: 50% das vagas de seus cursos, em cada turno, sejam preenchidas por alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.Dos 50% oriundos de escolas estaduais, o percentual de pretos, pardos e indígenas deverá atingir o percentual verificado pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As medidas valem para o próximo vestibular. Até agora, o grupo não tinha bônus para o ingresso na universidade.
;A aprovação do projeto de inclusão da universidade de São Paulo é um marco no sentido que a universidade aceita metas de 50% de inclusão para algumas categorias até 2018. E os meios que são colocados para se chegar a estas metas serão anualmente calibrados;, disse o reitor da USP, João Grandino Rodas. ;De maneira nenhuma a universidade ficará pior ou menos boa do que ela é, pelo fato de entrarem essas pessoas;, completou o reitor.
Para atingir a meta, o Conselho Universitário aprovou o Plano Institucional da Universidade que traz novas ações de inclusão social na USP. O plano será implantado no vestibular deste ano. Ele inclui quatro medidas: o aumento e a criação de bônus do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), a criação do Programa de Preparação para o Vestibular da USP, o aperfeiçoamento do Programa Embaixadores USP e a ampliação dos locais de prova do vestibular.
Sobre os novos bônus, o conselho criou um novo que pode elevar a nota até 5% ; a depender do resultado obtido na prova ; dos vestibulandos que se declararem pretos, pardos ou indígenas e tenham cursado integralmente o ensino básico em escolas públicas, e aumentou de 8% para 12% a bonificação na nota dos alunos que tenham cursado o ensino médio em escola pública; elevou de 8% para 15% a bonificação dos candidatos que fizeram o ensino fundamental e integralmente o ensino médio na rede pública. Também aumentou de 15% para 20% o bônus para o aluno que cursou integralmente o ensino fundamental na rede pública e o segundo e terceiro anos do ensino médio em escolas públicas.
Assim, o aluno preto, pardo e indígena que tiver cursado integralmente o ensino fundamental na rede pública e o segundo e terceiro anos do ensino médio em escolas públicas pode chegar a ter até 25% de sua nota do vestibular aumentada pelos bônus recebidos, a depender do seu desempenho na prova.
;O aproveitamento dessas pessoas é importante porque o diferencial que se procura se fazer no estado de São Paulo e na USP, em particular, é que essas pessoas também façam a sua parte. Ou seja, que seja uma inclusão com mérito. Pode ser um mérito menor que dos outros;, disse Rodas. ;Nós não podemos prescindir absolutamente do mérito, porque senão nós estaremos realmente entregando a essas pessoas que entram nada mais do que aquela porta giratória, entra pela porta e sai por ela porque não tem condição de acompanhar;, completou.