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Mortes em assaltos em bancos crescem 11,1% no primeiro semestre

Pesquisa mostra que o estado que concentra maior número de casos (46%) é São Paulo, com 14 mortes

postado em 19/07/2013 14:43
O número de mortes em assaltos envolvendo bancos no país cresceu 11,1% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado, aponta levantamento, divulgado nesta sexta-feira (19/7), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV). A pesquisa, elaborada com o apoio técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que o total de vítimas passou de 27 para 30. O estado que concentra maior número de casos (46%) é São Paulo, com 14 mortes.

"O que mais nos preocupa é essa curva de crescimento constante, porque foram 23 casos em 2011, passamos para 27 e chegamos a 30. Não se tem medidas por parte do setor financeiro que reduzam essas mortes", avaliou José Boaventura Santos, presidente da CNTV. O Rio de Janeiro é segundo estado em número de mortes, com cinco vítimas, seguido pela Bahia e pelo Rio Grande do Sul, ambos com três. Cerca de 60% dos casos, 18 mortes, correspondem aos assaltos ocorridos quando os clientes saem da agência, crime conhecido como saidinha bancária.

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Os clientes continuam sendo as principais vítimas dos assaltos envolvendo bancos. Foram 21 casos no primeiro semestre deste ano, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Os vigilantes aparecem em seguida, com quatro mortes. Segundo a CNTV, existem cerca de 700 mil vigilantes no país, sendo que 25% trabalham em instituições bancárias.

"Isso significa que ir a um banco hoje pode ser uma operação de risco", acrescenta Boaventura. Quase a totalidade das mortes (93,3%) correspondem a pessoas do sexo masculino. "Geralmente os homens sacam quantias maiores de dinheiro e são também maioria nas atividades de segurança. Eles estão mais expostos ao risco e reagem mais à ação dos assaltantes", avalia.

Ele acredita que faltam investimentos por parte das instituições bancárias que garantam aos clientes uma movimentação segura. "Foram investidos R$ 3,1 bilhões em segurança e vigilância em 2012, enquanto o lucro dos seis maiores bancos superou R$ 51 bilhões. E esse cálculo ainda envolve proteção de crimes eletrônicos, ou seja, o investimento real para segurança da vida das pessoas ainda é menor", apontou. O levantamento aponta que os bancos foram multados pela Polícia Federal em R$ 8,8 milhões pelo descumprimento de normas de segurança.

Como medidas de prevenção que poderiam ser adotadas, Boaventura aponta a instalação de biombos e divisórias, além de câmeras e portas de segurança. "A porta, por exemplo, deveria se tornar obrigatória. Defendemos também a blindagem das fachadas", sugeriu o presidente da confederação. Ele destacou que em João Pessoa, capital da Paraíba, onde uma lei municipal obriga a instalação de divisórias, não foram registrados crimes de saidinha bancária.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, por meio de nota, que os investimentos em segurança nos bancos associados à entidade cresceram R$ 3 bilhões por ano em 2002 para R$ 8,3 bilhões em 2011. A entidade destaca ainda que, segundo dados de 17 instituições financeiras, o número de assaltos caiu 56% na última década. De acordo com a federação, eram 1.009 assaltos, incluindo tentativas, em 2002, e, no ano passado, foram registradas 440 ocorrências. Entre os mecanismos de segurança adotados, a Febraban cita o cofre com dispositivo de tempo e o estímulo a transações eletrônicas.

A entidade disse ainda que suas filiadas seguem a Lei Federal n; 7.102/83, que determina as regras a serem cumpridas pelos estabelecimentos bancários em termos de segurança. A federação avalia que o aprimoramento da segurança no interior dos bancos levou à "adaptação e migração dos criminosos profissionais para assaltos fora das agências bancárias". A Febraban disse que atua em parceria com governos, as polícias Civil, Militar e Federal e com o Poder Judiciário para combater esses crimes.

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