Brasil

Agências bancárias são destruídas em violento protesto em São Paulo

A polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão

Agência France-Presse
postado em 26/07/2013 21:57
São Paulo - Um violento protesto em São Paulo deixou pelo menos nove agências bancárias destruídas, sinais de trânsito foram derrubados, e o trânsito ficou bloqueado na Avenida Paulista, uma das principais do centro, por barricadas em chamas, informou a imprensa local nesta sexta-feira.

A polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. O protesto, que começou de forma pacífica, foi convocado em solidariedade aos manifestantes do Rio de Janeiro, que exigem a renúncia do governador Sérgio Cabral. Segundo a polícia, o ato reuniu cerca de 300 manifestantes no centro de São Paulo.

Um veículo da emissora da TV Record foi incendiado por um grupo de manifestantes. Uma concessionária de automóveis também foi destruída em outra zona do centro, perto da Paulista, acrescentou a imprensa local.

A manifestação, organizada nas redes sociais, teve início na frente do Museu de Arte de São Paulo, na Paulista, e avançou, bloqueando o tráfego. A situação já começa a se normalizar.

No Rio, pelo menos 200 pessoas voltaram às ruas contra Cabral, chegando a poucos metros de onde o papa Francisco encerrava a representação da Via-Crúcis, em Copacabana.

"Fora, Cabral", dizia uma das bandeiras do protesto, que reuniu de novo centenas de pessoas contra o governador. Os milhares de peregrinos, que assistem à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e foram a Copacabana, olhavam, da praia, os manifestantes.

"Eles têm o direito (de se manifestar), desde que não ofendam o papa", disse Claudia Portela, de 45, participante da JMJ.

Os manifestantes disseram que o protesto não era contra o papa, mas para aproveitar sua presença e ganhar visibilidade. "Queremos mostrar ao mundo os problemas que existem no Brasil e pedimos desculpas aos peregrinos", disse Sergio Murilo, de 23, à AFP.

"Eu rezo o rosário todos os dias, sou católico praticante", afirmou José, de 56, um dos manifestantes, que protestava encapuzado para "chamar a atenção" e não ser reconhecido.

"Aproveitamos esse evento porque a imprensa toda está aqui", justificou. Eles foram acompanhados de perto por mais de 200 policiais, que revistaram as mochilas de muitos deles. Várias das recentes manifestações contra Cabral terminaram em violência e em confronto com a polícia.

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