Brasil

Em julgamento do Carandiru, ex-detento diz que número de mortos seria maior

A polícia teria invadido o presídio após a briga e atirado com armas de grosso calibre

postado em 29/07/2013 20:18
Na segunda parte do julgamento do massacre do Carandiru iniciado nesta segunda-feira (29/7), em São Paulo, alguns vídeos com depoimentos de testemunhas serviram para ajudar a elucidar o caso. Um deles foi do ex-detento Antonio Carlos Dias. Ele relatou que não houve rebelião antes do massacre, mas sim uma briga entre dois presos, durante um jogo de futebol. Antonio contou ainda que os policiais não foram alvo de agressões e que nenhum detento estava armado.

[SAIBAMAIS]Para Antonio, mais presos perderam a vida no massacre do que os 111 anunciados ofcialmente. Segundo ele, aqueles que não tinham família ou eram indigentes foram retirados da "conta". Ele afirmou que ouviu barulho de máquinas e viu caminhões cheios de corpos. A polícia teria invadido o presídio após a briga e atirado com armas de grosso calibre. Os detentos que se apresentaram feridos foram levados para longe dos outros internos e executados.

A primeira testemunha a depor foi Osvadlo Negrini Neto, perito da Polícia Técnico-Científica. Ele afirmou que ao chegar no segundo piso do presídio, identificou um "mar de cadáveres" e contou 90 corpos, mas não encontrou cápsulas de balas. Disse também que teve dificuldade em fazer a perícia, pois não havia luz no local.

O julgamento dos 26 PMs deve se estender durante toda a semana. Desse total, 23 estiveram presentes no fórum. O júri foi dividido em quatro partes, sendo esta segunda a etapa com maior número de vítimas: 73 detentos mortos. Nesta terça-feira (30/7) as testemunhas de defesa serão escutadas presencialmente e por vídeo; na quarta-feira (31/7) será o interrogatório; quinta-feira (1;/8), a leitura do caso e exibição de vídeos; e sexta-feira (2/8) fecha com o dia de debates, votação e sentença.

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