Brasil

Julgamento do Carandiru: ex-governador de SP diz invasão foi necessária

Pedro Franco, secretário da Segurança na época do massacre não tinha ciência do plano de ação que seria usado dentro do presídio, segundo ele

postado em 30/07/2013 19:13

Cela destruída após massacre do Carandiru, em 1992

O governador da época, Luiz Antônio Fleury Filho disse em testemunho que pediu ao secretário de Segurança Pedro Franco que informasse o número oficial de detentos mortos. E que a ordem para invadir o presídio não foi dele, já que não estava no gabinete. E se estivesse teria liberado a entrada da polícia.

Nesta terça-feira (30/7) houve a sequência do julgamento do Massacre do Carandiru. O segundo dia do júri começou como o depoimento de uma testemunha protegida da defesa. Pedro Franco de Campos, secretário da Segurança Pública de São Paulo na época do massacre foi o segundo a depor.

[SAIBAMAIS]Ele admitiu ter autorizado o coronel Ubiratan Guimarães a entrar no presídio para controlar o tumulto e afirmou que recebeu informações desencontradas sobre a suposta rebelião. Pedro Franco não tinha ciência do plano de ação que seria usado dentro do presídio. O ex-secretário terminou o depoimento afirmando que não sabe quem fez e como foi feita a contagem dos corpos.

Outra testemunha protegida prestou depoimento. O vídeo com depoimento do desembargador Ivo de Almeida foi exibido aos jurados. Ele disse que antes da entrada da polícia ele e o corregedor Almeida tentaram negociar, mas não obtiveram sucesso. Os presos não tinham reivindicações. O motivo do conflito teria sido por causa da briga entre eles.

O último depoimento do dia foi do desembargador Luiz Augusto San Juan França, na época juiz titular da Vara de Execuções Criminais. Em testemunho gravado, ele disse que ao chegar no Carandiru a polícia já havia invadido o local. Amanhã (31) o julgamento será retomado às 10h, com o interrogatório dos réus.

Hoje 23, dos 26 réus estiveram presentes no júri. Dois apresentaram atestados médicos e foi apresentado pela advogada Ieda Ribeiro um atestado de óbito.

O processo foi separado em quatro julgamentos, divididos pelas ações policiais referentes a cada um dos quatro andares do Pavilhão 9. O Massacre do Carandiru ficou conhecido como o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro. No dia 2 de outubro de 1992, os policiais acusados entraram no Pavilhão 9 da Casa de Detenção para reprimir uma rebelião. A ação resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação