Diário de Pernambuco
postado em 31/07/2013 11:12
O traz, nesta quarta-feira (31/7), uma reportagem de duas páginas sobre um escândalo de adoções ilegais que está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Pernambuco, com apoio da Justiça. Por meio de uma página do Recife no Facebook, um bebê pode ser adquirido por preços entre R$ 6 mil e R$ 10 mil. No fértil terreno do sonho da maternidade, mulheres oferecem seus rebentos, ainda nem nascidos, à adoção. Outras, como quem conversa sobre uma bijuteria qualquer, disparam: ;então, não estou doando, estou vendendo;.
O contato inicial é feito em uma fanpage como a ;Quero doar.Adotar seu bebê-Recife PE;, criada em 3 de julho, que é uma entre dezenas de páginas da rede social que se propõem ao mesmo fim. Nela, pelo menos quatro mulheres já demonstraram interesse em usar a web para conhecer futuros tutores dos filhos. Duas delas, por dinheiro.
O esquema nem sempre fica explícito. Daiane, como se apresenta uma mulher, supostamente de São Paulo, anuncia: ;Estou grávida de seis meses. Não tenho como cuidar, com as necessidades que uma criança merece (sic); e divulga um contato de e-mail. Não mais que um par de mensagens depois, a mulher conduz a conversa para uma negociação. Procura saber de onde parte o contato e se é feito por um casal heterossexual, antes de garantir que há um casal de Londrina (PR) já interessado e dizer: ;R$ 7 mil. Pode ser metade e metade. A melhor forma é eu ficar próximo de vocês para não acontecer desconfiança de golpes, tanto da minha parte quanto da de vocês;, finaliza.
Mais que as anunciantes, há um grande número de pretendentes que disputam a atenção das supostas gestantes. Publicamente, declaram detalhes das vidas pessoais, números de celulares e e-mails, na tentativa de ser ;escolhida;. A linguagem na rede vai além de ;vc;, ;tc; e carinhas animadas. ;Bio;, nestas páginas, vale ouro. É como são chamadas as mães biológicas, dispostas a ceder seus filhos sem os trâmites formais previstos pelo Cadastro Nacional de Adoção.