postado em 01/08/2013 22:35
São Paulo ; Terminou com três presos o protesto na capital paulista contra o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza no Rio de Janeiro, contra o governador Geraldo Alckmin e pedindo a desmilitarização da polícia. Os manifestantes foram detidos no final do ato, na Avenida Paulista, próximo à Rua da Consolação, por picharem uma farmácia.O protesto, com cerca de 300 pessoas segundo estimativa da Polícia Militar, saiu do Viaduto do Chá, passou pela Avenida 23 de Maio, pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, antes de chegar à Avenida Paulista. Esta é a terceira manifestação feita em São Paulo com estes objetivos.
Durante o trajeto na Avenida Paulista, os manifestantes tentaram avançar sobre agências bancárias e deram gritos de guerra em favor da depredação. A polícia, no entanto, atuou para proteger as agências. Nos dois primeiros atos promovidos em solidariedade ao movimento carioca que pede explicações no caso do desaparecimento do pedreiro, agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram atacados. Amarildo desapareceu na Favela da Rocinha após ser levado por policiais militares para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Ao chegar à Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, houve um início de tumulto quando os policiais imobilizaram um manifestante. Posteriormente ele foi liberado. Também houve tumulto no momento das prisões na Avenida Paulista e a polícia chegou a usar bombas de efeito moral.
Vânia Folco, de 50 anos, acredita que a mobilização é importante para evitar que o que aconteceu com Amarildo se repita. ;As pessoas são muito egoístas, só saem para se manifestar quando matam o filho deles;, disse a artesã que, apesar de não participar das depredações, não condena os atos de vandalismo. ;A única maneira de chamar a atenção é quebrando;.
A monitora de qualidade Natali Ferreira foi à manifestação para protestar, principalmente contra o governador Geraldo Alckmin que, na opinião dela, não trouxe avanços nas áreas mais relevantes. ;É a saúde que não temos, a educação que não temos, transporte que não temos. E ainda a polícia que é bruta;, criticou.
Um panfleto distribuído no ato e assinado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp) pedia a extinção da PM. O texto dizia que a corporação trabalha com ;ódio e é parte da uma ideologia reacionária; e lembrava do Massacre do Carandiru, que está na segunda fase de julgamento nesta semana. Nesta etapa, 25 policiais militares são acusados pela morte de 73 detentos que ocupavam o terceiro pavimento do Pavilhão 9 da Casa de Detenção Carandiru. Toda a ação para reprimir a rebelião no Carandiru, em 1992, resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos.