postado em 06/08/2013 12:15
Mais de 50 pessoas, entre elas 15 índios, permanecem acampadas no antigo Museu do Índio, localizado ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, na zona norte do Rio, desde a tarde dessa segunda-feira (5/8). O prédio, que ficou abandonado por anos, já havia sido ocupado pelos indígenas entre 2006 e março deste ano, quando foram retirados por determinação da Justiça.[SAIBAMAIS]Na tarde desta terça-feira (6/8), a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, fará uma reunião com os líderes do movimento no local. Segundo o índio Tiuré Potiguara, depois da desocupação do prédio em março, o patrimônio foi danificado e árvores centenárias derrubadas. ;Eles [o Estado e o consórcio] depredaram e descaracterizaram o patrimônio histórico do museu. O prédio foi transformado em um grande depósito de escombros da construção do Maracanã. Quebraram escadarias, entupiram o prédio de lixo, derrubaram árvores;, disse o indígena.
Tiuré Potiguara informou que os índios que reocuparam a chamada Aldeia Maracanã não querem que o prédio se transforme em um centro de referência da cultura indígena. ;A nossa proposta é muito clara: queremos uma universidade que abra a universalidade do conhecimento indígena para todos do meio urbano e, também, para a formação dos índios. Estamos reivindicando esse projeto. O que queremos é que a Secretaria da Cultura ou outros organismos do estado participem, apoiem, mas que ele seja gerido, que ele seja administrado pelas lideranças indígenas;.
Ainda segundo Potiguara, as lideranças presentes na reunião ocorrida na tarde de ontem não representam os ocupantes do antigo Museu do Índio. A assessoria do governo estadual informou que o prédio vai virar um centro de referência da cultura indígena ;naturalmente, sem haver moradia;. Em nota, a Secretaria da Cultura informou que os ;objetivos principais do centro serão os de promover, preservar e difundir a história, os valores, os conhecimentos e todos os aspectos culturais dos indígenas brasileiros, com foco especial nos grupos que vivem ou viveram nas diversas regiões do estado. O centro será ainda um ponto de formação, referência e apoio para os índios contemporâneos;.