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Tragédia em SP reacende debate sobre crianças e armas de fogo em casa

Para especialistas, há mais riscos do que segurança pessoal, pois a presença de uma arma em casa aumenta em 30 vezes a possibilidade de um adolescente se matar

postado em 11/08/2013 08:00
Para especialistas, há mais riscos do que segurança pessoal, pois a presença de uma arma em casa aumenta em 30 vezes a possibilidade de um adolescente se matar

A morte de cinco pessoas da mesma família no início da semana em uma casa na Zona Norte de São Paulo chocou o país, principalmente, porque o suspeito de ter cometido a chacina é Marcelo Pesseghini, 13 anos. Segundo o delegado responsável pelo caso, Itagiba Franco, a hipótese mais provável é de que o adolescente tenha matado o pai, Luis Marcelo Pesseghini, e a mãe, Andreia Regina Bovo Pesseghini, ambos policiais militares; a avó Benedita de Oliveira Bovo; e tia-avó Bernadete Oliveira da Silva. Em seguida, supostamente, tenha se matado. O crime ainda não foi esclarecido, e o laudo final da perícia deve sair somente em 20 dias. Embora não haja confirmação sobre a autoria do crime, o caso serve para levantar o debate acerca da presença de crianças e adolescentes em ambientes com armas de fogo.

De acordo com o psiquiatra coordenador do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Martins de Barros, a presença de uma arma em casa aumenta em 30 vezes a possibilidade de um adolescente se matar. ;Os riscos de se ter uma arma em casa são altos. O objeto é principal fator de risco para o suicídio de um adolescente. É mais perigoso do que a pessoa estar deprimida;, diz. Por isso, ele ressalta que as armas nunca devem ficar ao alcance da criança ou do adolescente. As chances de um integrante da família ser morto também aumentam, embora o psiquiatra lembre que o parricídio ; quando um filho mata os pais ; é um crime raro.

A psicóloga especialista em violência doméstica Sônia Prado ressalta também que muitas das situações acontecem por impulso. ;Vivemos em uma cultura onde a solução dos conflitos surge com base na violência. Tendo a arma ao alcance, qualquer conflito pode ser resolvido puxando o gatilho.; Segundo ela, esse tipo de crime pode indicar algum surto psicótico do autor, embora não seja possível diagnosticar o quadro em adolescentes jovens, como uma pessoa de 13 anos. ;Isso é associado a outros fatores também. Temos o bullying nas escolas, a violência pela internet que acomete nossos jovens de uma forma muito brutal, por exemplo.;

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