postado em 11/08/2013 14:10
Rio de Janeiro - A mulher, Elizabeth, e os seis filhos do ajudante de pedreiro Amarildo (Anderson, Emerson, Ana Beatriz, Amarildo, Allisson e a pequena Milena de seis anos) compareceram neste domingo (11/8) ao ato de solidariedade, organizado por diversas instituições da sociedade civil em alusão ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo, para cobrar das autoridades um desfecho para o caso Amarildo. O ajudante de pedreiro desapareceu no último dia 14 de julho, quando foi levado por policiais militares para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.[SAIBAMAIS]Elizabeth disse que todas as acusações de envolvimento dela e do marido com o tráfico são mentirosas e visam a desviar o foco de atenção das investigações sobre o desaparecimento do marido. ;Isso é tudo mentira. Para eles falarem isso, tem que ter prova;, declarou, ao comentar o relatório apresentado pelo ex-delegado adjunto da 15; Delegacia Policial (DP) da Gávea, na zona sul da cidade, Ruchester Marreiros. Nas suas investigações, o delegado indicava o envolvimento do pedreiro e de sua mulher com o tráfico na comunidade. O relatório foi desconsiderado pelo delegado titular da 15; DP, Orlando Zaccone.
A mulher do pedreiro declarou ainda que, sem imagens, fica fácil falar qualquer coisa. ;Estão querendo sair do foco e querendo me envolver;. Segundo Elizabeth, a casa onde mora nunca foi usada por traficantes. ;Minha casa nunca foi alvo de nada;. Ela ressaltou que está com medo da polícia, ;porque a gente não sabe o que está no coração deles. Já que estão inventando isso, então para poder fazer alguma coisa de ruindade comigo e com minha família, está custando pouca coisa;.
O filho de Elizabeth, Anderson Dias Gomes, de 21 anos, declarou estar angustiado com as insinuações feitas contra a mãe e o pai. ;Nós já estamos sofrendo bastante para eles inventarem uma calúnia dessa, sem provas;. Ele relatou que a casa em que a família mora é pequena, ;muito mal dá para a gente dormir;, e não tem sequer quintal que possa funcionar como rota de fuga, como teria sugerido a polícia.
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Anderson assegurou que não existe na Rocinha a paz que a UPP diz ter trazido a comunidade. ;Não existe paz;. Disse que os traficantes vivem nos becos e nas vielas e destacou que de mil moradores da favela, ;99% são trabalhadores, pagam seus impostos;. Ele prometeu lutar até o fim para solucionar o desaparecimento de Amarildo. ;Eu, enquanto estiver vivo, nunca vou desistir do meu pai;. Anderson não quer que o caso se transforme em mais um número apenas, ;como outros casos que ficaram impunes;.
Elizabeth ficou alguns dias fora da cidade, na casa da filha, mas retornou à Rocinha. Ela destacou que esta é a primeira vez em que os seis filhos passam o Dia dos Pais sem Amarildo. ;Está sendo triste para mim, para meus filhos, a família toda;. Disse ainda esperar por justiça, agora que o marido está morto, ;porque até agora a justiça não apareceu;.