postado em 29/08/2013 18:16
Mais de 55 mil metros quadrados de livros de todos os gêneros e estilos literários foram colocados à disposição do público na tarde desta quinta-feira (29/8), com a abertura da 16; Bienal Internacional do Livro, no Rio Centro, zona oeste da capital fluminense. A bienal completa agora 30 anos de criação.Durante os próximos 11 dias, os mais de 950 expositores esperam receber cerca de 600 mil visitantes e vender 2,5 milhões de livros. Farão parte da programação oficial eventos com 200 autores brasileiros e 26 estrangeiros, 100 sessões de debates e cerca de mil lançamentos de livros. Os números expressivos fazem desta edição, a maior desde que a bienal foi criada.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, participou da abertura e ressaltou que os números referentes ao público e ao consumo da feira, neste e em anos anteriores, mostram a avidez da população brasileira por cultura. ;A última edição trouxe 600 mil visitantes e 76% das pessoas compraram livro, uma média de 5,5 livros por pessoa. Percebemos que as pessoas querem muito ter acesso, têm fome de conhecimento, têm fome de cultura;, comentou.
A ministra pediu apoio das livrarias na divulgação do vale-cultura, que a partir de outubro oferecerá auxílio de R$ 50 para consumo em cultura para trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos.
O país homenageado este ano é a Alemanha, que preparou um estande de 400 m; para divulgar sua literatura e seus autores com livros em português e alemão, além de propiciar debates com escritores do país.
Entre as novidades desta edição, estão o Placar Literário, com a temática do futebol, e o Acampamento Bienal, com bate-papos voltados para o público jovem, além do Planeta Ziraldo, espaço de 500 m;, dedicado ao mundo infantil, com os personagens do escritor e cartunista Ziraldo, um dos homenageados do evento. Durante a abertura, Ziraldo se disse lisonjeado por contribuir para o estímulo da leitura de crianças e adolescentes.
;A gente precisa de um país de leitores, o livro não faz parte da história do povo brasileiro e precisamos inventar isso, e estamos inventando. As crianças estão lendo, e poder ajudar para que isso aconteça é muito bom;, comemorou ele, ao dizer que não tem fãs, mas leitores. ;O ser humano só está pronto depois que aprende a ler e escrever. Se ele gostar de ler, pode fazer tudo o que quiser;, completou. Ziraldo também estimulou os pais a lerem com e para os filhos.
A bienal terá também, pela primeira vez, um salão de negócios para servir de espaço de encontros de agentes literários e profissionais do mercado editorial de várias partes do mundo.
Já o tradicional evento de debates Café Literário terá programação bem diversificada, segundo o curador Ítalo Moriconi. ;Colocamos convidados dos vários segmentos da literatura. Teremos saraus em homenagem a Paulo Leminski, em homenagem a Vinícius de Moraes, saraus infantis, teremos a presença de Adriana Calcanhoto, dos autores alemães, de Ana Maria Machado;, explicou.
A visitação escolar deste ano recebeu cadastramento de 170 mil alunos. Pela primeira vez em uma bienal, o estudante Alan Isidoro, 17 anos, foi um dos primeiros visitantes do primeiro dia. Ele veio de Barra de São João, Região dos Lagos, com a escola, e comprou quatro livros de mangá, quadrinhos de origem japonesa.
;Gosto mais de ler coisas sobre a cultura oriental. Mangá é meu forte. Estes livros são meus primeiros, porque costumo ler os quadrinhos online, que são de graça. Mas estou achando incrível aqui, muitas coisas diferentes e muita variedade;, explicou.
A professora Edna Martins, do ensino fundamental, aproveitou a tarde de folga para ver tudo antes de decidir o que comprar. ;Cheguei cedo, já passei em alguns estandes, vi alguns livros que posso usar em sala, e na semana que vem trago o cartão [de crédito];, contou.