Brasil

Centrais sindicais avaliam positivamente manifestações dos trabalhadores

As centrais informaram, em seus sites, os atos de mobilização organizados em praticamente todas as unidades federativas

postado em 30/08/2013 14:41
Diversas manifestações e paralisações foram planejadas para esta sexta-feira (30/8) pelas principais centrais sindicais brasileiras. Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Conlutas e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) aproveitam o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação para pressionar os governos federal e estaduais e o Legislativo para atendimento de uma série de demandas que, em comum, têm a defesa de uma agenda que associe desenvolvimento com distribuição de renda.

Entre as reivindicações, estão o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, a valorização das aposentadorias, a reforma agrária, o fim do Projeto de Lei 4.330/04, que libera a terceirização e torna mais precárias as condições de trabalho, transporte público e de qualidade, mais investimento em saúde e educação e a suspensão dos leilões de petróleo.

Dirigentes sindicais afirmam que as mobilizações e paralisações estão superando as expectativas iniciais. ;Nosso objetivo é chamar a sociedade para a pauta dos trabalhadores, e estamos conseguindo isso", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas. Para ele, as primeiras horas de ações foram ;muito positivas;.

;Temos feito paralisações parciais e, onde possível, manifestações. As atividades mais fortes envolvem professores, bancários e rodoviários, e as cidades onde há resultados mais positivos são Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro;, disse ele.

Segundo a CUT, a negociação com o governo está "quase parada". ;Mas queremos fazer andar, e sabemos que isso só acontecerá com pressão e mobilização. O governo até dialoga e negocia. O problema é que não tem concedido nada", acrescentou o sindicalista.

Um dos pontos que geram mais insatisfação na CUT é o fator previdenciário, que retira uma parcela do benefício concedido aos aposentados. ;Não conseguimos imaginar que o governo Dilma [Rousseff] se negue a apresentar uma proposta que dê fim ao fator previdenciário. Ela [presidenta] pode aproveitar essa oportunidade, junto com o Congresso Nacional, e acabar com algo negativo herdado do governo FHC [Fernando Henrique Cardoso]. Tem uma bola pingando sem goleiro. Só falta chutar;, ressaltou Freitas.

Para ele, o fim do fator é viável e não implicará danos aos cofres públicos. ;Além do mais, será conveniente para o poder aquisitivo do brasileiro e, como diminuiria a necessidade de aposentados terem de continuar trabalhando para fazer renda, o fim do fator previdenciário geraria cerca de 1,5 milhão de empregos novos.;

Presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que está surpreendido com o alcance das paralisações do setor de transportes, especialmente nas capitais. ;Os protestos têm abrangência nacional, estão nas principais capitais, e a pauta está na rua, sendo defendida pelos trabalhadores na busca por uma negociação séria com o governo. Infelizmente, o governo só tem feito reuniões para marcar reuniões. Nada além disso;, lamentou Paulinho da Força.

Segundo ele, as manifestações estão dentro do previsto. "Em algumas situações, estão superando o que esperávamos. É o caso dos rodoviários, principalmente em Porto Alegre, São Luís e Fortaleza, onde o alcance foi maior do que o imaginado. Ficamos surpresos também com a paralisação do metrô de Belo Horizonte.;

Para o coordenador da Executiva Nacional do Conlutas, José Maria de Almeida, os eventos de hoje poderão resultar no fortalecimento da luta e das mobilizações dos trabalhadores brasileiros. ;Estamos confirmando as expectativas que tínhamos. Está sendo um dia de protestos muito fortes, com paralisações de transporte público em pelo menos sete capitais;, disse.

;Além disso, há boa adesão de operários. Em especial, de metalúrgicos e de trabalhadores da construção civil e da construção pesada. Há paralisações também em portos e refinarias e de petroleiros. Pararam, ainda, trabalhadores da Vale e da CSN [Companhia Siderúrgica Nacional]. O quadro está parecido em todo o país por causa do descontentamento dos trabalhadores com os governos, que só atendem a demandas de grandes grupos. Está cada vez mais clara a busca [dos trabalhadores] por mudanças no modelo econômico;, destacou o dirigente da Conlutas.



As centrais informaram, em seus sites, os atos de mobilização organizados em praticamente todas as unidades federativas.

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