Jornal Correio Braziliense

Brasil

Policiais federais paralisam atividades na Bahia e no Maranhão

A paralisação faz parte de um movimento que reivindica a reestruturação da carreira e reajuste salarial



Segundo Rejane, os policiais também têm sofrido com situações de assédio moral e de doenças ocupacionais e psiquiátricas causadas pelas más condições de trabalho. "Em 2010, chegamos a ter 30% do efetivo afastado por motivos psiquiátricos, com problemas como síndrome de pânico e depressão. Nós últimos três anos, somente na Bahia, houve dois suicídios [na corporação]", relatou.

Em julho, a Fenapef divulgou uma pesquisa segundo a qual 69% dos policiais federais relataram que tiveram a saúde prejudicada pelo ambiente de trabalho e 30% disseram que precisaram se submeter a tratamento psicológico ou psiquiátrico por causa de sua atividade profissional.

A paralisação dos policiais na Bahia começou com um café da manhã. Em seguida, eles passaram a arrecadar alimentos para doar a um hospital local que trata crianças com câncer. Nesta sexta-feira, eles farão doação coletiva de sangue e, no sábado, pretendem participar das manifestações previstas para o 7 de Salvador. Os policiais federais do Acre, Ceará e Amapá vão realizar um ato durante o desfile cívico de sábado.

De acordo com a Fenapef, os policiais optaram por não unificar as paralisações, para que cada estado avaliasse sua situação e decidisse quando parar. Os policiais federais de Minas Gerais, de São Paulo, de Goiás, do Amazonas, do Acre, do Paraná, do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal também já paralisaram suas atividades. Eles informaram que a emissão de passaportes e as demais funções dos policiais, como investigações e registro de porte de arma, serão feitas com o efetivo mínimo, que é 30% dos servidores.