Brasil

Polícia desmonta esquema de prostituição de mulheres em Minas Gerais

Mais de 50 mulheres eram exploradas por um casal que mantinha um escritório de fachada em BH. Os programas custavam em média R$ 250 para uma hora e meia, na capital, e R$ 350 no interior

postado em 06/09/2013 15:44
Equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
A Polícia Civil desmontou uma organização criminosa que comandava um esquema de prostituição em Minas Gerais. Mais de 50 mulheres eram exploradas por um casal que mantinha um escritório no Bairro Prado e um scoth bar no Alto Barroca, Região Oeste de Belo Horizonte. O serviço também era oferecido no interior do estado.

As prisões foram feitas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher que investigava a organização criminosa há meses como parte da Operação Copa do Mundo II. O casal Sérgio Marques Geraldo, 41 anos, e Eva Maria Barbosa, 38 anos, mantinha um escritório de fachada onde teoricamente funcionava uma empresa de informática. No local, duas atendentes recebiam ligações de clientes para combinar programas com garotas na capital e no interior.

Os criminosos mantinham um sites na internet com "cardápios de mulheres". O cliente entrava na página, escolhia a mulher e ligava para o telefone indicado. A organização tinha vários chips de celulares, todos com direcionamento para o telefone do escritório do Bairro Prado. As atendentes negociavam valores e dois motoristas levavam as mulheres ao local escolhido pelos clientes ou para o Bambu Luar Scoth Bar, de propriedade de Sérgio e Eva.

O registro do bar também era de fachada, como clínica de estética. No imóvel, havia cinco quartos onde aconteciam os programas combinados por telefone. Durante a operação policial no dia 4 de agosto, que terminou com a prisão do casal, também foi detido em flagrante o gerente do bar, identificado apenas como Francisco. No momento em que a polícia entrou para fazer buscas, três mulheres estavam se prostituindo.



A Delegacia Especializada conseguiu mandados de prisão para Sérgio e Eva. Eles viviam em uma casa de luxo no Bairro Gutierrez, Região Oeste, com três filhos menores de idade que agora estão sob responsabilidade da babá e do advogado da família. Foram apreendidos computadores, 300 aparelhos celulares, R$ 2,4 mil em dinheiro, notas de euro e peso argentino, 10 passaportes, um Range Rover Evoque e uma BMW X5, além de livros caixa e folhas de pagamentos dos funcionários. Os escritórios de fachada estão fechados e a polícia vai pedir a cassação de alvarás.

Preços


De acordo com a investigação policial, os programas negociados pela organização criminosa custavam em média R$ 250 para uma hora e meia, na capital, e R$ 350 para o serviço no interior. O mesmo esquema de negociação era articulado pelos criminosos no escritório central em BH para que garotas se encontrassem com clientes em cidades como Barbacena, Montes Claros, Lavras, Uberlândia, Conselheiro Lafaiete, Araxá e Pouso Alegre.

Autuação


Sérgio e Eva vão responder pelo crime de favorecimento a prostituição e lavagem de capitais, podendo pegar até 24 anos de prisão em caso de condenação. O gerente do bar, duas telefonistas, dois motoristas e uma faxineira serão processados pelo favorecimento a prostituição, pois trabalhavam para o casal sabendo do esquema de exploração sexual.

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